O combate necessário às fake news: Desmistificando a fantasia sobre o transplante de Faustão

Edelbert Krüger, professor do antigo  Centro Federal de Educação Tecnológica (Cefet), atual Instituto Federal Sul-Rio-grandense e que recebeu um novo pulmão após aguardar na fila de espera por 18 meses. (Foto: Arquivo Pessoal)

No cenário atual, é impossível ignorar o impacto das fake news, ou notícias falsas, que se espalham como fogo em meio à era digital. O Brasil, assim como o mundo, é vítima desse fenômeno, que não apenas distorce a realidade, mas também prejudica a confiança nas instituições e na informação verídica. Um recente exemplo dessa tendência é a infundada afirmação de que Fausto Corrêa da Silva, popularmente conhecido como Faustão, teria sido privilegiado em seu transplante por conta de sua fama e condição econômica.

É crucial relembrar que as fakes news não são apenas falsidades inocentes. Elas têm o poder de minar a credibilidade de figuras públicas, desvirtuar a percepção da realidade e afetar a confiança nas instituições de saúde, como o Sistema Único de Saúde (SUS) e o Sistema Nacional de Transplantes (SNT), que são pilares importantes da saúde pública no Brasil juntamente com as Centrais Estaduais de Transplante (CET).

A alegação de que Faustão teria sido beneficiado devido à sua posição social e econômica é não apenas infundada, mas também perigosa. Tanto o SUS quanto o SNT seguem rigorosos protocolos para garantir a equidade no acesso aos serviços de saúde, incluindo transplantes. As listas de espera são organizadas com base em critérios médicos e de urgência, não levando em conta o status social ou econômico dos pacientes. Insinuar que alguém como Faustão teria recebido um transplante antes de outros pacientes em lista de espera é uma acusação sem fundamentos e que, injustamente, desvaloriza a seriedade desses sistemas.

O SUS e o SNT são referências tanto no Brasil quanto internacionalmente pela seriedade, transparência e compromisso em fornecer assistência médica a todos os cidadãos, independentemente de sua condição. Fazer acusações infundadas mina os esforços de profissionais de saúde, doadores, pacientes e instituições hospitalares, que enfrentam desafios reais em busca de tratamentos médicos. Dificulta também o nosso trabalho que há praticamente dois anos estamos realizando.

Combater as fakes news requer um esforço conjunto de educadores, mídia, plataformas digitais e indivíduos conscientes. É imperativo verificar informações antes de compartilhá-las e buscar fontes confiáveis para se informar. A disseminação de informações falsas não apenas prejudica a reputação de pessoas e instituições, mas também prejudica a sociedade como um todo, minando a confiança em pilares essenciais como a saúde pública.

Portanto, é nosso dever como cidadãos informados e inconformados pelos últimos acontecimentos e responsáveis, não apenas rejeitar informações duvidosas, mas também promover um ambiente onde a verdade e a justiça prevaleçam. A luta contra as fake news é uma batalha constante, e cada um de nós desempenha um papel crucial nessa batalha, ao buscar e compartilhar informações confiáveis e responsáveis.

Edelbert Krüger, professor do antigo  Centro Federal de Educação Tecnológica (Cefet), atual Instituto Federal Sul-Rio-grandense e que recebeu um novo pulmão após aguardar na fila de espera por 18 meses

 

Enviar comentário

Envie um comentário!
Digite o seu nome