O fumo passivo e de terceira mão

O médico Roni Quevedo. (Foto: Reprodução/UCPel)

Para a Organização Mundial de Saúde (OMS), o tabagismo passivo é a terceira causa de morte evitável.

O ar respirado no ambiente onde existe um fumante contém substâncias altamente nocivas que o fumante exala pela boca e mais todos os componentes eliminados pela ponta do cigarro durante a queima do tabaco. O papel que enrola o fumo, dando forma ao cigarro, está concentrado em fósforo, mantendo o cigarro aceso produzindo a fumaça contaminada, poluindo o ambiente.

Pessoas que convivem com fumantes ativos apresentam índices elevados de monóxido de carbono no sangue. A consequência deste fato será a falta de oxigênio para todo organismo. O cérebro é um órgão altamente sensível ao déficit de oxigênio. O limite de resistência/vida sem oxigênio é de no máximo seis minutos.

Substâncias tóxicas e cancerígenas estão presentes não só na parte gasosa, visível, da fumaça, mas também nas partículas pequenas invisíveis que se misturam ao ar do ambiente. Estas partículas ficam depositadas na pele, nos cabelos, nos pulmões, nas roupas, nos tapetes, móveis e nas paredes por tempo indeterminado. Se na roupa ou nos tecidos dos móveis/cortinas/tapetes forem de algodão a impregnação é bem mais intensa e duradoura, os animais domésticos também recebem este tipo de agressão.

O tabagismo passivo e o tabagismo de terceira mão podem causar:

Em adultos: câncer de pulmão, infarto e outras doenças do coração, bronquite, pneumonia, asma entre outras;

Em crianças: asma, pneumonia, otite média, baixo peso no nascimento, dificuldades no aprendizado e morte súbita infantil.

A fumaça que se desprende da ponta do cigarro é bem mais tóxica do que aquela exalada pelo fumante. A presença do filtro nos cigarros retém uma grande parte das mais de 7 mil substâncias misturadas ao tabaco durante a industrialização.

A dispensação no ambiente deste filtro/bagana/bituca irá acarretar outros sérios problemas, contaminando o solo e a água (lençol freático inclusive), ocasionando uma agressão dificilmente reparável no meio ambiente.

O feto de uma grávida fumante é um “fumante ativo”. O feto fuma todos os cigarros que sua mãe fuma!

Por consequência, os problemas decorrentes da agressão das toxinas cancerígenas ou não do cigarro podem provocar alterações para toda a vida desta futura criança – se ela nascer!

Por Roni Quevedo

Médico

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