Os primeiros 100 dias na Câmara de Vereadores

Vereador de Pelotas, César Brizolara (Foto: Divulgação)

César Brizolara

Lá se foram pouco mais de 100 dias de trabalho ocupando uma cadeira na Câmara de Vereadores de Pelotas. Eis aqui um homem negro, representante da periferia e das tantas vozes silenciadas da nossa cidade. Quando olho para trás, enxergo um Cesinha bem diferente do que vejo agora: se naquele dia da posse a dúvida, a euforia e o orgulho tomaram conta de mim por ocupar um cargo de tamanha importância e que algum dia jamais imaginei estar, hoje já consigo me sentir confortável em dizer que este também é o nosso lugar.

E o que faz um vereador durante seu primeiro mandato em apenas três meses? O que sempre fiz. Trabalho. Ocupar o cargo no Legislativo potencializou o que faço há tantos anos: tenho buscado ouvir e atender as pessoas diante do maior problema da vida delas – o daquele momento. As demandas vão de instalação de lâmpadas, limpeza urbana e construção da tão sonhada e simples pracinha para as crianças do bairro brincarem no final do dia, até questões ligadas à educação, segurança, comida no prato e vacina no braço. E tudo é importante porque impacta diretamente no cotidiano dessas pessoas, de acordo com a sua realidade.

Diante de tantas solicitações, em números, foram cinco audiências públicas realizadas, seis pedidos de informações protocolados, 26 memorandos e requerimentos, e 112 pedidos de providências que estão sendo atendidos pouco a pouco. Além disso, meu mandato está baseado na responsabilidade com o dinheiro público, onde a economia foi de 100% até o momento, e tenho me esforçado para que as pessoas entendam que meu papel é o de fiscalizador, propositor de novas ideias, mudanças de hábitos e de estrutura, e também a ponte entre o problema e a solução. Pelo que noto, elas têm entendido isso, porque somente através dos meios digitais foram mais de 700 procuras diretas comigo e meus assessores.

Trata-se de um expressivo número de pessoas que pedem socorro, que estão vendo em mim uma possibilidade de terem voz e vez. É por tudo disso que digo e repito, em circunstância alguma vou fugir da minha luta, das nossas lutas. Vejo a dor, a tristeza e o sofrimento desde sempre. Tudo isso sempre andou lado a lado comigo e de modo algum me assusta. Luto também por aqueles que não têm o que comer, o que vestir e o que calçar. Pelo menino e pela menina, pelo homem e pela mulher, pelo senhor e pela senhora esquecidos no sol e na chuva. Não posso parar. A luta é constante, 24 horas por dia e extremamente importante para tentar mudar essa triste realidade.

Para o longo período que ainda tenho pela frente como vereador, sigo firme na caminhada de entender meu papel, buscar meu espaço e reconhecer a importância de estar onde estou e de ser quem eu sou. Aos racistas de plantão, afirmo que cada vez vai haver mais negros no Legislativo, no Executivo e nos espaços de poder dessa cidade, porque qualificação, legitimidade e trabalho não nos faltam. A periferia vai ter mais espaço, e as políticas públicas – em um futuro bem próximo porque prefiro ser otimista – olharão com mais carinho e atenção para os que mais precisam e que até agora foram esquecidos. O trabalho é árduo, mas foi o próprio lugar de onde eu vim que me ensinou a não baixar a cabeça para as dificuldades, enfrentar os obstáculos e seguir em frente por mim e pelas vozes silenciadas da nossa sociedade. Encontraremos uma vida melhor logo ali. Contem comigo!

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