A seguir, uma homenagem de Fábio Pedra aos 53 anos de casados dos pais Luiz Mar e Rosa Maria Da Silva Pedra, minha irmã.
Ao despertar da aurora
O galo clarim das madrugadas
Bate asas e anuncia a alvorada
Renasce o dia na querência.
– Imagens da minha inocência.
Vejo o meu velho pai mateando
Acendendo o pito na ponta do tição
Ouvindo os passos da parceira
Sua lindaça “flor” trigueira.
É a mais cheirosa do jardim
A meio século sempre assim…
Perfume suave de sua “Rosa”
Entre o mate bueno e a prosa.
Dona do rancho e do coração
Dona do pátio e da criação…
– Café passado, banha pro pão.
Feijão preto galopeando no fogão
Na caçarola os ovos de galinha
No prato a morcilha com farinha
Linguiça enfumaçada no varal
O charque gordo branco de sal.
Escuto o canto do sabiá
No alto da pitangueira
Vejo o astro rei despontar
Por cima da velha mangueira
E assim lembro meus dias
Na vivenda Estrela Boieira.
O peão descasca o milho no galpão.
A porcada reclamando o quinhão…
Berro da vaca preta leiteira
Que vem rondar a porteira.
Galinhas, patos e marrecos
Catando milho no terreiro
Um ganso chega desasado
E não acha nem o cheiro.
Égua zaina bem encilhada
E o alarido da cachorrada
O gaúcho pra lida se vai
Este é o retrato do meu Pai.
Ainda carrego na memória
As lembranças de outrora
Os dias se apequenando
E o inverno se aprochegando.
A geada branqueando nos matos
Queimando os flecos do pasto.
O fogo abrasando a corunilha
Num rancho da capital farroupilha.
O minuano assobiando forte
Bem na quina do oitão…
Costumes que não apagaram,
Da memória deste peão.
Fui guri “da velha Piratini”…
E aonde ir, carrego meu rincão,
E saudade bruta que sabe ferir
Dita meu verso, nas cordas do violão.
Meu agradecimento especial ao grande poeta Severino Moreira
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