Café Colonial Crochemore: um buffet de delícias carregadas de tradição

Café Colonial da família Crochemore é uma das atrações gastronômicas mais tradicionais da Fenadoce. (Foto: Álvaro Guimarães)

Por Álvaro Guimarães

No início da noite do dia 19, o casal santamariense Robson e Mariele Cassenotti decidiu dar uma pausa no trabalho no estande da selaria República Gaúcha para matar a saudade do lugar que consideram uma das grandes atrações da Fenadoce: o Café Colonial Crochemore. “É o terceiro ano que viemos expor na Feira e sempre que podemos damos uma fugida para tomar um café colonial, pois é maravilhoso e não tem como dizer que alguma coisa é melhor do que a outra, pois é tudo muito bom, muito artesanal e saboroso”, diz Mariele.

Os sabores que encantam Robson e Mariele são o resultado de um trabalho que envolve dezenas de pessoas e começa na fábrica e na padaria localizadas na Vila Nova, no coração da Colônia Francesa 7º Distrito de Pelotas. Ali, um batalhão de pessoas se envolve diariamente na produção dos mais de 50 itens oferecidos no café. “Para atender a demanda da Fenadoce, a produção na padaria começa por volta das 5h e dura aproximadamente 12 horas de segunda a sábado”, conta Marta Gerber Crochemore, que junto com o marido Ricardo e as filhas Ane e Catarine, se divide entre a coordenação da produção e o atendimento no espaço da Feira.

O buffet livre oferecido aos clientes conta com pães, bolos, cucas, schimier, geleias, doces, queijos, embutidos, além de café, leite e sucos. Este ano, devido ao aumento dos insumos, os Crochemore não conseguiram evitar o reajuste do valor do café colonial, que passou de R$ 65,00 para R$ 75,00 para cada pessoa. “Trabalhamos apenas com ingredientes selecionados e prezamos muito pela qualidade dos nossos produtos e isso acaba interferindo no preço”, justifica Marta.

O buffet livre oferecido aos clientes conta com pães, bolos, cucas, schimier, geleias, doces, queijos, embutidos, além de café, leite e sucos. (Foto: Stéfane Costa/Arquivo/JTR)

O aumento, no entanto, não afastou o público que segue fiel à atração, o que gera na família a expectativa de manter os números do ano passado, quando foram servidos, por dia, uma média variável entre 150 e 180 refeições.

Tanto quanto bons negócios para a empresa da família, a presença na Fenadoce garante oportunidade de trabalho para a comunidade, pois somente no estande atuam 15 pessoas, das quais 10 foram contratadas especialmente para o evento, enquanto outros cinco trabalhadores passaram a ocupar a padaria.

Nesta edição, 15 pessoas estão atendendo no local, das quais 10 foram contratadas especialmente para o evento, enquanto outros cinco trabalhadores ocupam a padaria. (Foto: Álvaro Guimarães)

Tradição e história

A primeira participação dos Crochemore na Fenadoce aconteceu há 26 anos, na primeira edição realizada no Centro de Eventos, quando a família esteve presente com uma mesa
de degustação de seus produtos. “Foi um sucesso, não paramos de cortar cuca e pão durante toda a feira”, lembra Marta. A partir da boa aceitação, se decidiu montar o Café Colonial para a edição do ano seguinte e foi aí que as coisas ganharam uma proporção inimaginável. “Montamos uma ilha no meio da Feira e de certo modo foi um caos, pois trouxemos apenas um fogão caseiro que não dava conta e a procura foi tão grande que as filas se estendiam pelos corredores”, diz.

A partir daí, todos os anos a família participa com o Café Colonial, que há 15 anos está instalado no mesmo local, dentro da Feira.

Como integrantes tradicionais da Fenadoce e uma marca reconhecida pelo público, os Crochemore começam a levantar a bandeira de um maior reconhecimento, por parte dos organizadores, de quem realmente é responsável por esta que é uma das maiores feiras gastronômicas do Rio Grande do Sul. “Acreditamos que falta uma maior valorização do doceiro, do produtor, de quem realmente faz a Feira. A Fenadoce não é uma Feira de vestidos de princesas, de baronesas – não haviam baronesas nas cozinhas ou na colônia – mas sim de pessoas que trabalham duro, e pensar a Feira pelo lado das alegorias é muito pouco e não valoriza quem realmente faz o evento”, pondera.

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