Nesta edição, a proposta da coluna é refletir e pensar sobre o nosso comportamento – o meu, o seu, o de cada um – na perspectiva de mudança.
Todos nós nascemos e crescemos olhando o mundo com as nossas lentes, nossa leitura acerca do que é certo ou errado. Passamos a maior parte do tempo de nossas vidas olhando para o mundo e para as outras pessoas. No sentido oposto, usamos a menor porção de tempo, ou quase nada, para olhar no espelho.
É no espelho que nos vemos. É nele que há o encontro entre o ser que realmente sou, não o que represento no teatro da vida. Mas não é aquele espelho que você tem em casa! Me refiro ao espelho da sua consciência.
É o espelho da consciência que nos concede a percepção da existência de pessoas que têm o dom de causar desconforto. Aquela pessoa, que, numa simples conversa descontraída, mesmo não tendo o direito, cria motivos para cobrar algo do seu interlocutor.
Aquela pessoa que tem uma exclamação para cada situação, as famosas “frases prontas” como: “Mas tu também és assim!”, “Fulano é desse jeito!”, “Sicrano é daquele jeito!”, “Tu não fizeste o que eu te falei, só poderia dar errado!”. Com relação a esta última, quando as coisas dão certo ninguém fala nada!
Ainda temos aquela manifestação tradicional, em que, por coisas banais, como o atraso ou a falta de uma resposta a uma pergunta feita via WhatsApp, quem perguntou diz: “é assim que se vê quem são os amigos!”.
Algumas pessoas, após um elogio, fazem uma cobrança e após um carinho, fazem uma crítica – causando insegurança e negatividade tanto na conversa quanto na relação que se estabelece naquele momento.
Contudo, é necessário refletir que os exemplos de comportamentos aqui citados, em sua maioria, se reproduzem também no âmbito familiar de forma normatizada. Isto é, torna-se norma e normal tal comportamento entre o grupo familiar. Nesse sentido, a cobrança, a crítica e muitas vezes a agressividade verbal entre os membros da família, configura-se como comportamento normal, a ponto de se estender a colegas de trabalho, amigos e outras pessoas, bem como a outros ambientes.
Refletir sobre a velhice de pessoas com este comportamento é necessário, uma vez que a falta de empatia resulta em distanciamento, isolamento e, por consequência, solidão.
Faz-se necessário refletir que estamos nesta existência material para plantar e colher amor. As pessoas são como as árvores, que crescem e florescem conforme a Terra, a umidade, os nutrientes, a temperatura e de acordo com o calor, o frio, com a quantidade de chuvas. O ser humano não é diferente: precisa de amor, carinho, atenção e uma palavra positiva.
A palavra é um símbolo gráfico e sonoro de comunicação que reflete uma intenção. A palavra transmite conhecimento, conforta, estimula, incentiva e constrói. No sentido contrário, a palavra critica, agride, fere, destrói, entristece, decepciona e causa outros sentimentos. Lembre-se: somente o espelho da sua consciência pode te mostrar quando a mudança é necessária.
O trabalho precarizado no Brasil causa a morte
Na última quinta-feira (6), o assassinato de um motorista de aplicativo abalou a cidade de Pelotas. Pergunto: quantos homens e mulheres estão trabalhando como motoristas de aplicativos, sem nenhuma garantia, nenhum aparo legal da legislação trabalhista vigente, para garantir uma renda mínima para sua subsistência?
Para alguns esta é a única renda. Para outros, o serviço como motorista de aplicativo é um complemento de renda fora do horário de trabalho ou aos finais de semana, pois a principal atividade profissional não paga um salário digno, que assegure as necessidades básicas como alimentação, saúde, educação e lazer.
Sendo assim, cada vez mais trabalhadores brasileiros estão cumprindo duas ou mais jornadas de trabalho, de forma precária, em atividades que não oferecem garantia alguma – como os aplicativos de transporte de pessoas e de entrega de mercadorias que exploram os trabalhadores, nos quais as empresas não possuem responsabilidades com a legislação trabalhista como possuem os proprietários de comércios, de indústrias e de empresas prestadoras de serviços.
Voltaremos a falar sobre o assunto!