A Feira Nacional do Doce (Fenadoce) prestigia as entidades tradicionalistas gaúchas, que fazem várias apresentações. Mas nem sempre foi assim, pois foi a partir de 1999 que o tradicionalismo gaúcho começou a ser valorizado na Feira, ganhando um espaço próprio para suas apresentações.
Vamos ver um pequeno histórico destas apresentações:
A primeira manifestação mais forte do Movimento Tradicionalista foi na 8ª edição, em 2000. Eu era Patrão da União Gaúcha J. Simões Lopes Neto e conversei com a Janice, a Daici e o inesquecível João Carlos Silva da Fato Comunicação Integrada, que era a produtora cultural da época, que mandou colocar uma grande lona, no lado de fora dos pavilhões, onde fizemos várias apresentações artísticas em 2000 e 2001. Este ano, inclusive, merece destaque, pois foi maravilhoso para a divulgação das nossas tradições. Propus um esquema especial para trazermos CTGs de fora de Pelotas para fazerem apresentações. O esquema era que o CTG visitante recebesse a hospitalidade e alimentação de um CTG de Pelotas, onde também realizariam apresentações. Então, aconteceu o seguinte roteiro:
CTG Querência do Rio Verde, de Goiás, que ficou sob responsabilidade do CTG Thomaz Luiz Osório, onde também fez apresentações;
CTG Aldeia dos Anjos de Gravataí, que ficou e se apresentou na União Gaúcha;
CTG Lalau Miranda, de Passo Fundo, também fez apresentação no CTG Thomaz;
CTG Santa Monica, do Paraná, no CTG Os Farrapos.
Além destas apresentações na Feira, criamos o Promove Pelotas, que distribuiu premiações em dinheiro aos CTGs de Pelotas para fazerem apresentações em vários locais, como segue:
CTG Negrinho do Pastoreio se apresentou no Parque da Baronesa;
CTG Cel. Thomaz Luiz Osório no Mercado Público de Pelotas;
CTG Domingos José de Almeida na Praça Cel. Pedro Osório;
CTG Tropeiros do Sul na praça Vinte de Setembro;
CTG Os Farrapos na avenida Bento Gonçalves, em frente ao Colégio Pelotense;
União Gaúcha J. Simões Lopes Neto no calçadão da Sete de Setembro;
CTG Raízes do Sul na Estação Rodoviária de Pelotas.
Enfim, o ano de 2001 foi o auge das apresentações no palco de lona, com muita afluência do público, que me motivou a promover várias mudanças no ano seguinte.
Na Fenadoce 2002, conseguimos levar as apresentações para dentro da Feira, e conto agora como foi. Eu falei com o presidente do evento, que queria levar as apresentações para dentro da Feira e apontei uma parte dos galpões que estava vago, onde haviam uns brinquedos infantis que foram retirados após o evento. Ele autorizou, mas dizendo que a Feira não investiria nenhum valor financeiro e perguntou qual seria o nome do galpão. E eu falei: Estância Princesa do Sul. Ele disse porque não Estância São João, que era mais conhecida. Eu disse que não queria gerar ciúmes com as outras estâncias e ele aprovou. Após, fui conversar com o senhor Jaime, na época na Farmácia Princesa, e com o senhor Almiro Krolow. Ambos me patrocinaram a verba de R$ 2 mil que consegui construir um pequeno galpão e palco para as apresentações. Convidei o Carlos Gonçalves e a erva-mate Madrugada para apoiar e distribuir erva e água quente. O Paulo Jeferson e a Rose foram responsáveis pelo boliche.
Foi realmente um ano com apresentações muito especiais com diversas entidades estudantis fazendo apresentações, teve concurso de declamação, dentre outros. Ali ficamos até 2008, quando a organização da Feira resolveu passar a Estância Princesa do Sul para um pavilhão do lado de fora, perto da área de brinquedos e que também teve muito sucesso. Eu fiz a organização, a direção e a apresentação dos eventos na Estância durante muitos anos. Depois, passei a condução ao professor Jorge Moraes.
Hoje, com muito orgulho, a nossa Fenadoce chega a sua 30ª edição com muitas apresentações artísticas e valorizando não só as nossas mais caras tradições gaúchas quanto a querida Estância Princesa do Sul.
Aproveitem esta edição, que foi atípica, pois em data diferente, mas com grande sucesso. E até a 31ª edição com a graça do Patrão Maior!
Agradeço aos comentários dos leitores da minha coluna e espero vocês na próxima.