Suplementos: o que realmente funciona?

Profª. Me. Nutr. Bárbara Freitas

Nos últimos anos, o mercado de suplementos explodiu, oferecendo pílulas, pós e shakes que prometem mais energia, músculos definidos e até melhor imunidade. Mas será que tudo isso funciona? E mais importante, será que você realmente precisa de suplementos para ter saúde e qualidade de vida?

Os suplementos são produtos concentrados de nutrientes, como vitaminas, minerais e proteínas. Eles foram criados para complementar a alimentação de pessoas que não conseguem atingir suas necessidades nutricionais apenas com a comida. Atletas de alto rendimento, idosos com dificuldades de absorção e pessoas com deficiências específicas podem se beneficiar desses produtos, mas isso não significa que todo mundo precisa tomá-los. O consumo indiscriminado pode ser desnecessário e até prejudicial, sobrecarregando rins e fígado ou causando desequilíbrios nutricionais.

Entre os suplementos mais estudados e eficazes, podemos destacar a creatina, que é amplamente reconhecida por seu papel no aumento da força e resistência muscular. Ela auxilia na reposição rápida de energia, o que melhora o desempenho em atividades físicas intensas e de curta duração, como musculação e esportes explosivos. Além disso, estudos indicam que a creatina pode beneficiar a função cognitiva, especialmente em idosos, ajudando na memória e na prevenção de doenças neurodegenerativas. Outro ponto positivo é sua possível atuação na recuperação muscular, reduzindo a fadiga e melhorando a hidratação celular.

Já a proteína em pó (whey, caseína, proteína vegetal) é uma opção prática para complementar a ingestão de proteína, especialmente para atletas ou idosos que têm dificuldade em atingir a quantidade diária recomendada apenas com a alimentação. A vitamina D é essencial para a saúde óssea e imunidade, principalmente para quem tem baixa exposição ao sol, uma realidade comum nos meses de inverno da Região Sul. Já o ômega 3 auxilia na saúde do cérebro e do coração, sendo especialmente benéfico para idosos e pessoas com histórico de doenças cardiovasculares.

Por outro lado, muitos suplementos vendidos como “milagrosos” não têm comprovação científica. Termogênicos para emagrecimento geralmente contêm altas doses de cafeína e outras substâncias estimulantes, podendo causar efeitos colaterais como insônia e aumento da pressão arterial. Multivitamínicos genéricos nem sempre são necessários, pois o excesso de algumas vitaminas pode ser prejudicial. O suplemento de colágeno, por exemplo, é popular, mas sua absorção e eficácia ainda geram debates no meio científico.

Antes de gastar dinheiro com suplementos, vale investir em uma alimentação equilibrada. O nosso estado tem uma riqueza gastronômica que oferece tudo o que precisamos para uma alimentação completa. Leite e derivados são fontes de proteína e cálcio, fundamentais para a saúde óssea. Ovos caipiras são um superalimento rico em proteínas e vitaminas. Peixes como tainha e traíra, são excelentes fontes de ômega 3 e podem ser incorporados na dieta de maneira saborosa e acessível. Feijão e lentilha são ricos em ferro e fibras, ajudando na energia e digestão, sendo essenciais na alimentação de quem deseja manter bons níveis de ferro no organismo sem recorrer à suplementação. Frutas da região, como bergamota, butiá e amora-do-mato, são repletas de vitaminas e antioxidantes, fortalecendo o sistema imunológico de forma natural.

A verdade é que a maioria das pessoas não precisa de suplementos se tiver uma alimentação variada e equilibrada. O segredo está na escolha consciente dos alimentos e na adoção de hábitos saudáveis. Antes de comprar qualquer produto, é essencial consultar um nutricionista e entender suas reais necessidades. E você, já usou algum suplemento? Tem dúvidas sobre isso? Escreva para a gente e compartilhe sua experiência!

Até a próxima semana com mais estratégias saudáveis para seu dia a dia!

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