No artigo anterior fiz uma ampla explicação sobre o grande comandante farrapo Gumercindo Saraiva, que foi um dos líderes da revolução federalista, como algumas pessoas me disseram que queriam saber mais sobre aquela Revolução, então continuo o assunto nesta coluna:
A Revolução Federalista, também conhecida como A Guerra da Degola, tinha como líder Gaspar Silveira Martins, que era líder do grupo nomeado como “maragatos” e tinha como opositor o famoso Júlio de Castilhos, que era líder do grupo denominado de “pica-pau” e foi o primeiro governador do Estado do Rio Grande de São Pedro no período republicano.
A Revolução Federalista foi um movimento insurrecional do início da república, começando em 1893 e durou até 1895, como veremos a seguir.
Vou fazer um pequeno histórico sobre os combates:
– Em 23/11/1893 – Ocorre em Bagé o massacre do Rio Negro, onde foram degolados 300 pica-paus;
– Em 05/04/1894 – Em Palmeira das Missões temos o Combate do Boi Preto, onde foram degolados 250 maragatos, como desforra pelas mortes em Bagé;
– Em 23/08/1895 – Juca Tavares, pelos maragatos, e Inocêncio Galvão, pelos pica-paus, se reúnem em Pelotas e acertam o fim da Revolução Federalista.
Temos então que na Revolução Federalista os combatentes do lenço vermelho já eram chamados de maragatos, mas o primeiro confronto com os do lenço branco, chamados de chimangos, ou ximangos, somente aconteceu na Revolução Assisista que escreverei na próxima coluna.
Gumercindo Saraiva
Cito aqui a grande participação do grande General Gumercindo Saraiva, cuja história sobre a sua cabeça rendeu até um filme em 2018. Vários descendentes do grande general residem na cidade de Pelotas:
Em 2 de fevereiro de 1893, Gumercindo acompanhado por seu irmão Aparício Saraiva e liderando cerca de quatrocentos cavaleiros atravessou a fronteira pelo povoado da Serrilhada, entrando no Rio Grande do Sul, juntando-se aos homens do General João Nunes da Silva Tavares, formando assim o Exército Libertador, um contingente de mais de três mil homens, que em pouco tempo com as adesões, chegaria a doze mil. Consta que um terceiro irmão, Mariano, também teria participado dessa revolução. No Uruguai, os três irmãos Saraiva (Saravia) eram conhecidos como Os três de Cerro Largo.
Despeço-me agradecendo a atenção que vocês dedicam à esta coluna, inclusive com muitas curtidas e compartilhamentos no Facebook e no Instagram. Espero que nos encontremos novamente na próxima edição, pois ainda tenho muitas histórias e estórias para contar.
Até lá, tchê!