Pedágio

Na edição da semana passada, a coluna registrou a seguinte informação: “na última terça-feira (20), o governador Eduardo Leite assinou o contrato da primeira concessão de rodovias realizada na sua gestão. A solenidade foi realizada no viaduto Fritz e Frida, em Santa Cruz do Sul – cidade que será a sede da concessionária da Rota de Santa Maria, do grupo espanhol Sacyr, que assumirá os 204 km da rodovia”.

Pedágio I

Esse colunista prometeu voltar ao assunto e assim o faz. A partir de agosto, Santa Maria e região passarão a receber investimentos em infraestrutura, oriundos da iniciativa privada, através da concessão e previsão de duplicação integral da rodovia que liga o município com a capital do estado.

O dia 20 de agosto é a data em que a concessionária Rota de Santa Maria assumirá os 204 km da rodovia. A concessão será pelos próximos 30 anos e estabelece o prazo de 21 anos para que a rodovia esteja duplicada em todo o percurso – prazo que o grupo Sacyr pretende antecipar, para atrair mais usuários para a rodovia.

Pedágio II

Agora, de imediato, a empresa concessionária começará as obras de recuperação da rodovia, dos acostamentos e da sinalização. O investimento total, incluindo a duplicação, está estimado em R$ 2,7 bilhões.

Deixando bem claro para a população da Região Sul, eu repito: investimento de R$ 2,7 bilhões, dinheiro da empresa Rota de Santa Maria, do grupo Sacyr, em um trecho de 204 km, com duas praças de pedágio, onde a população pagará o valor de R$3,70 em cada pedágio.

Pedágio III

Do município de Camaquã até Pelotas, as placas informativas na BR-116 indicam 125 km. Para percorrer este percurso, um automóvel paga dois pedágios que somam R$24,60. Se for um caminhão (toco), aqueles com apenas dois eixos – um dianteiro e outro traseiro, o valor sobe para R$49,40.

Cabe lembrar que a obra de duplicação está sendo realizada com o nosso dinheiro, recursos públicos que o Governo Federal está investindo na BR-116. Volto a lembrar: na RS que liga Porto Alegre a Santa Maria os investimentos serão da empresa concessionária.

Pedágio IV

Seguindo a análise de custos por distância percorrida, de Pelotas até Rio Grande temos aproximadamente 60 km de BR totalmente duplicada com recursos públicos. Nesse trajeto, pagamos R$12,30 por automóvel e R$24,70 para caminhão toco.

Pedágio V

Dois fatos interessantes para serem observados no pólo rodoviário da Região Sul: o primeiro é que temos dois pedágios na BR-116, com menos de 100 km de distância entre eles – o pedágio do Retiro, entre Pelotas e Porto Alegre, e o do Pavão, entre Capão do Leão e Pedro Osório.

O segundo fato é que, entre Pelotas e Jaguarão são aproximadamente 148 km, e nesse percurso só há um pedágio. Isso significa que, na BR-116 entre Pelotas e Jaguarão pagamos R$12,30 para percorrer 148 km; pagamos o mesmo valor para percorrer os 60 km entre Pelotas e Rio Grande; e o dobro do valor para os 125 km entre Camaquã e Pelotas.

Pedágio VI

Os fatos aqui relatados demonstram os custos que influenciam no desenvolvimento da região, pois toda a produção, seja ela agropecuária ou industrial, tem um custo que a torna mais ou menos competitiva no mercado regional, estadual ou nacional.

Pedágio VII

Onde estão e o que estão fazendo para mudar essa realidade aqueles que questionavam os valores dos pedágios na região, como os ex-deputados Fábio Branco e Miriam Marroni, e o Deputado Daniel Trzeciak?

O que está fazendo a Associação dos Prefeitos da Zona Sul – AZONASUL? Estão contentes com o valor de ISSQN que recebem da concessionária? Quem paga é a população da região!

Este espaço de jornalismo é colocado a disposição de todos os citados em qualquer conteúdo abordado pela coluna, para que apresentem respostas e resultados concretos.

 

 

Enviar comentário

Envie um comentário!
Digite o seu nome