O voto é a solução, “Em quem votar?” É a questão!

Sérgio Corrêa, jornalista e radialista.

Segunda Parte

Neste momento em que a Zona Sul ainda vive transtornos causados por um ciclone, somos contemplados com a possibilidade de analisar as ações e discursos dos gestores da atual CEEE Equatorial, bem como do Governador, que tenta justificar a ineficiência da Equatorial falando mal da CEEE.

Algumas perguntas não querem calar!

A privatização não era para melhorar? Empresas privadas são mais eficientes que empresas públicas?

Vamos esclarecer, de forma simples, aos leitores, como funcionam alguns aspectos da legislação que a Agência Nacional de Energia Elétrica, a ANEEL, utiliza para regulação dos serviços de distribuição de energia elétrica prestados pela Equatorial.

Caso algum aspecto das informações aqui repassadas não esteja em conformidade com a legislação, colocamos este espaço à disposição para a Equatorial, bem como para a ANEEL, para as devidas correções.

Análise nº 1

Quando acontece um evento climático da proporção do ciclone que atingiu a Zona Sul, a agência reguladora estabelece um “dia crítico”, isto é, o dia de maior intensidade do evento, com grande quantidade de danos nas estruturas de distribuição de energia elétrica.

A partir de então, comprova-se o acontecido com institutos de meteorologia, com notícias locais, regionais ou até nacionais. Comprovado o acontecimento e os danos causados, a contar do “dia crítico” a ANEEL não pontua negativamente a produtividade da Equatorial e não há exigência de prazo determinado para restabelecer o fornecimento de energia para clientes individuais – podendo alcançar 15, 20 dias (ou até mais) de espera. Desta forma a Equatorial está amparada pela legislação.

Análise nº 2

Quando se trata de cliente individual e prazo de espera, é necessário esclarecer: quando a Equatorial restabelece o fluxo de energia em um alimentador, ou seja, uma rede principal, tecnicamente todos os consumidores ligados ao referido alimentador são considerados com energia.

O que precisa ficar esclarecido é que existem outras redes e ramais que derivam desse alimentador principal e, se estas redes/ramais sofreram avarias deixando os consumidores sem energia, estes passam a ser considerados casos individuais – na linguagem técnica, cliente individual. A legislação individualiza o problema, o torna pequeno, protege a Equatorial e o consumidor tem que esperar para ser atendido.

Análise nº 3

Por que funcionários da Equatorial fotografam as estruturas de distribuição e por que demoraram tanto para restabelecer o fornecimento de energia após a passagem do ciclone?

Dentre os eixos utilizados pela ANEEL para fiscalizar a Equatorial, vamos destacar dois: investimento e custeio – que possivelmente respondem as questões acima.

Investimento – a Equatorial fotografa as estruturas que passarão por manutenção, o que inclui troca de postes, cabos, transformadores e quaisquer outros componentes. Para a ANEEL, isso é considerado investimento e pontua positivamente para a Equatorial, o que garante o retorno dos recursos quando da revisão tarifária. Ela investe e nós pagamos na tarifa.

Custeio – representa todas as despesas que a Equatorial tem para o funcionamento da empresa. Em nossa economia liberal, as empresas privadas que têm o custo operacional alto, ou seja, despesas altas, incluídos os pagamentos de salários, contratos com terceirizadas e gastos com frotas de veículos, pontuam negativamente.

Isso faz com que a Equatorial trabalhe com um número menor de equipes, pague menores salários e não contrate terceirizadas. A empresa busca reduzir despesas para pontuar positivamente, tanto que, antes do ciclone, uma equipe atendia as cidades de Herval, Arroio Grande e Jaguarão.

A causa dos atrasos no restabelecimento da energia foi falta de equipes, falta de técnicos e eletricistas que conheçam a região por mera economia.

Das empresas de eletrificação sediadas em Pelotas que trabalharam anos para a CEEE estatal, que possuem técnicos que conhecem a região e têm prática no serviço emergencial, somente uma estava prestando serviços para a Equatorial antes do ciclone, enquanto as outras não foram sequer contatadas.

Para não aumentar as despesas e não pontuar negativamente, a Equatorial trouxe suas equipes de outras regiões, formadas por profissionais de outros estados e que não conhecem nossa região. Isso é visível pois o Prefeito de Chuí e presidente da AZONASUL Marco Antônio, declarou no Programa Hora Marcada na rádio Tupanci que um veículo a serviço da empresa, errou uma estrada caiu num arroio ou banhado, atolou e teve que ser retirado por máquinas da prefeitura!

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