O que significa ouvir rádio para você? Papo do Dia 2ª parte

Sérgio Corrêa, jornalista e radialista.

O que significa ouvir rádio para você?

Como produtor de conteúdo para esta coluna, assim como para o Programa Hora Marcada com Sérgio Corrêa, veiculado de segunda à sexta-feira das 8h às 10h pela rádio Tupanci AM 1250, compartilho a segunda parte do Papo do Dia apresentado na terça-feira (7), para você leitor(a) experimentar a emoção de uma mensagem que é capaz de melhorar o dia de quem vive essa experiência.

Papo do Dia 2ª parte

Dei uma incrementada nas sacolas de alimentos com massa, molho e bolachas. Depois do programa eu e o senhor fomos até minha camioneta e lá entreguei a sacola de alimentos. Com um sorriso largo, ele seguiu seu caminho, no entanto, minutos depois me ligou, atendi, mas não havia som no telefone.

Minutos depois ele gravou a seguinte mensagem: “seu Sérgio eu olhei o rancho que o senhor me deu e faltou a farinha e o fermento”. Ao ouvir a mensagem, não gravei nada para ele, confesso que fiquei surpreso. No entanto, minha primeira atitude foi visitar o meu interior, minha consciência e meus pensamentos, para entender que tipo de provocação emocional a fala dele me causara.

Me perguntei: por que mesmo tendo ganhado o rancho ele tomou a iniciativa de gravar uma mensagem comunicando que faltava alguma coisa? Concluí que, provavelmente ele se sentiu à vontade, com liberdade para gravar o áudio, o fato de ganhar o rancho não o torna menor do que ninguém, e não subtrai sua expectativa de fazer o pão com a farinha e o fermento.

Muitas pessoas sentem-se envergonhadas ou constrangidas de pedir alimentos quando estão passando por dificuldades. Não pode ser assim! Quem está precisando tem que pedir! Você nunca será menor por pedir algo. Todos somos seres humanos, irmãos de alma, basta ver os praticantes da doutrina Budista que vivem da mendicância, do que é dado por outros irmãos.

Continuando minhas reflexões, cheguei ao momento mais egoísta do pensamento humano ao constatar que pessoas podem pensar que: uma pessoa tá ganhando um rancho, tô dando um rancho e ainda me passa uma mensagem dizendo que faltou a farinha e o fermento, que absurdo, pois cavalo dado não se escolhe o pelo!

Refletir sobre a origem das emoções é sinônimo de autoconhecimento, confesso que a mensagem me fez pensar! Quem sou eu para julgar o desejo do meu próximo? Eu, devo ouvir seu pedido e, se puder, ajudá-lo, caso contrário, esclarecer que não posso, mas nunca julgá-lo.

O propósito de alimentar pessoas logo nos leva a pensar em feijão, arroz, massa, molho de tomate e óleo de soja, produtos considerados os mais básicos de um rancho. A expressão “faltou a farinha e o fermento” me lembrou o pão que Cristo multiplicou.

Quem tem fome, com água, sal, farinha e fermento já tem esperança, um pão para o café!
Compreender o que nos causa emoção, seja negativa ou positiva, seu sentido e sua representação, torna-se uma experiência de viver melhor no trabalho, nas relações com a família e com amigos. Sendo assim, pode faltar a farinha e o fermento, mas não faltará o amor, a compreensão e a tolerância.

Pessoas são diferentes, têm atitudes diferentes, personalidades diferentes, por isso não julgue uma pessoa porque você lhe deu o almoço e ela sonhava com um café.

Meu agradecimento especial ao advogado, escritor, compositor, poeta, declamador, radialista e pai da Eulália, Juarez Machado de Farias que nesse dia estava na audiência e como um pedreiro da literatura construiu um poema em homenagem ao programa e disse esse Papo do Dia é o “Fermento da Dignidade”.

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