O Obelisco Republicano

O colunista Paulo Souza.

Recentemente recebi um comentário, na coluna anterior, de um amigo que me disse que é uma judiaria o monumento do Obelisco estar tão abandonado, e a Prefeitura não faz nada pra preservar esse patrimônio tombado pelo IPHAN.

Realmente, podemos constatar que o monumento está em situação precária. Desde 2017, ouvimos dizer que a Prefeitura tem a intenção de revitalizar o espaço, mas recentemente houve o anúncio de uma emenda parlamentar e então se tem a expectativa de que ocorra a requalificação do local.

Mas calma, nem tudo são notícias boas, já que a Prefeitura tem que participar com cerca de R$ 250.000 e sabemos que a Sra. Prefeita determinou que estão suspensos todos recursos para obras, além do que o projeto terá que ser aprovado pelo IPHAN. Mas, cá pra nós, a Prefeitura podia pelo menos mandar limpar a área e fazer pequenas atuações, como colocar bancos e algum balanço pras crianças, o que levaria pessoas a conhecer a bela história do Obelisco. Mas vocês conhecem a história dele? Vou fazer um pequeno relato:
O famoso Obelisco do bairro Areal, em Pelotas/RS, foi inaugurado em 1885, quando se comemorava o cinquentenário da Revolução Farroupilha e faltavam ainda quatro anos para a proclamação da República brasileira. Homenagem à memória do cidadão mineiro, pelotense de coração, Domingos José de Almeida. Pois este fato nenhum historiador contesta: o Obelisco, localizado no Areal, é o único monumento público erguido em terras brasileiras, na vigência da Monarquia, ao ideal republicano. Por que foi construído no Areal? Porque a charqueada de Domingos José de Almeida, cuja sede ficava para lá da conhecida Rua das Traíras, de fato no início da atual avenida Adolfo Fetter, hoje bairro do Laranjal, abrangia uma parte dos campos do Areal, inclusive o terreno onde se cravou, há quase 120 anos, o Obelisco Republicano.

Só mais uma observação sobre o tema: a inscrição no bronze é primorosa, e diz assim: ‘Os republicanos de Pelotas recomendam ao viandante a memória de Domingos José de Almeida’. E todos sabem que uma sugestão em bronze, ainda mais quando bem redigida, é uma sugestão eterna.

O monumento tem uma agulha piramidal com nove metros de altura somando-se, ainda, mais dois metros da base, o que totaliza 11 metros. Seu material principal de construção é em alvenaria e ornamentado com placas de bronze que identificam os fins da ereção do monumento.

Grato a todos que acompanham as colunas que escrevo, peço que quando comentarem no Facebook façam sugestões sobre colunas futuras, assim como fez o amigo Marcelo Tonaiser. Até a próxima coluna.

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