Rosa Parks – A mulher que mudou o mundo com um simples “não”
Embora não tenha sido mãe, Rosa Parks, foi a mulher que mudou o mundo com um simples “não” ao recusar-se a ceder seu assento do ônibus para que um homem branco se sentasse – ato revolucionário que transformou a vida de todas as gerações posteriores. Isto aconteceu nos Estados Unidos da América, há 67 anos, e Rosa Parks foi presa por violar a lei de segregação racial do estado do Alabama.
“Rosa Louise McCauley (o “Parks” só foi adicionado ao seu nome quando ela se casou) nasceu no dia 4 de fevereiro de 1913 em Tuskegee, no estado do Alabama, no sul dos Estados Unidos. Seu pai chamava-se James McCauley e era um carpinteiro, e sua mãe, Leona Edwards, trabalhava como professora. Ainda na infância, ela se mudou com sua mãe para Pine Level, cidade na região metropolitana de Montgomery, a capital do Alabama.
Durante a sua infância, Rosa Parks estudou em colégios rurais, ingressando posteriormente no Industrial School for Girls e, posteriormente, em uma universidade pública para estudantes negros, a Alabama State Teachers College for Negroes. Entretanto, ela não terminou seus estudos, abandonando-os para cuidar de sua mãe. Rosa Parks já presenciava a segregação racial existente no sul dos Estados Unidos, uma vez que, para ir ao colégio, ela não podia pegar os ônibus escolares, pois eles eram dedicados exclusivamente aos estudantes brancos. Ela relata que essa experiência foi uma das primeiras que a fizeram perceber as diferenças no tratamento de brancos e negros.
Ao longo de sua juventude, ela foi acumulando outras más experiências causadas pelo racismo. Quando tinha 19 anos de idade, casou-se com Raymond Parks, um barbeiro que fazia parte do National Association for the Advancement of Colored People (NAACP), uma organização que lutava pelos direitos da comunidade afro-americana nos Estados Unidos.
O casamento deles aconteceu no dia 18 de dezembro de 1932 e o matrimônio deles durou até 1977, quando seu marido faleceu. Na capital do Alabama, existia uma prática segregacionista contra os negros que usavam o serviço. As fileiras da frente eram dedicadas às pessoas brancas, já as últimas fileiras eram dedicadas aos negros.
Quando os ônibus ficavam muito cheios, os negros eram obrigados a ceder os seus lugares para que os brancos pudessem sentar-se. Essa era uma dentre muitas práticas discriminatórias que existiam nos Estados Unidos. Em 1º de dezembro de 1955, Rosa Parks trabalhava como costureira. Após um dia de trabalho, retornou para sua residência utilizando o serviço de ônibus local. Ela pagou a tarifa de ônibus, como qualquer pessoa, mas, no decorrer da viagem, o motorista ordenou que ela se levantasse e desse o seu lugar a um homem branco.
Como ela se recusou, o motorista chamou a polícia, que prendeu Rosa Parks. O ato dela e sua prisão rapidamente se espalharam e chamaram a atenção dos Estados Unidos. Sua prisão deu início a um boicote dos negros da cidade contra o serviço de ônibus, e a comunidade afro-americana engajou-se na luta contra a segregação racial. Com o boicote à empresa de ônibus como forma de protesto, a comunidade negra de Montgomery ia trabalhar caminhando ou organizava caronas entre si, caso algum deles tivesse carro. Imediatamente a empresa de ônibus começou a registrar prejuízos por causa do boicote.
Apesar do reconhecimento, Rosa Parks não foi a primeira pessoa negra a realizar esse ato de desobediência civil. Outras pessoas já haviam feito isso nas décadas de 1940 e 1950, mas o ato de Rosa Parks serviu de estopim para o início de um grande movimento dos afro-americanos pelos direitos civis e pelo fim da segregação racial. Em resumo, a ação de Rosa Parks resultou em transformações sociais significativas.
Após ter sua fiança paga, a vida de Rosa Parks tornou-se mais dura do que já era. Ela passou a ser ameaçada por outras pessoas brancas em Montgomery e perdeu seu emprego. Essa situação forçou-a a fugir para Detroit, em Michigan. Ela foi uma dos milhões de afro-americanos que migraram do sul para o norte dos Estados Unidos para fugir da segregação racial. Entretanto, a semente estava plantada e, por causa da ação de Rosa Parks, iniciou-se um processo que mudou a história dos Estados Unidos. A mobilização da comunidade negra de Montgomery fez surgir uma liderança significativa para a história do movimento afro-americano na luta pelos direitos civis, o Pastor Batista Martin Luther King Jr.
A mobilização dos afro-americanos contra a segregação racial trouxe resultados significativos, pois abriu espaço para esse debate, uniu a comunidade negra do país e fez com que a Suprema Corte norte-americana decretasse o fim da segregação racial dos negros nos ônibus dos Estados Unidos em 1956”.
Fonte: Brasil Escola
Na próxima edição, vamos abordar o caso da bebê de três meses, nascida em Pelotas, que morreu aguardando uma UTI pediátrica.