Gravíssimo
Na segunda-feira (15), a Polícia Rodoviária Federal (PRF) reteve uma carreta que transportava lixo de Pelotas para Candiota, na BR-293. Além de não portar Guia de Manifesto de Transporte de Resíduos, o caminhão iria percorrer mais 154 quilômetros carregando 27 toneladas de excesso de peso.
No dia seguinte, outra carreta – da mesma empresa – fazia o trajeto igual, quando foi abordada com 12 toneladas de excesso de peso. Dois ilícitos em 24 horas levam a crer que a transportadora não acreditava que a PRF estaria dois dias consecutivos na rodovia ou que o excesso de peso é rotina na atividade.
Gravíssimo I
Tal irresponsabilidade nos obriga a perguntar: sobre o excesso de peso, quem se responsabiliza pelos danos causados na BR, que é patrimônio público? Numa manobra brusca, mesmo em velocidade permitida, qual motorista vai conter uma carreta com mais de 50 toneladas, nos declives da BR-293? Esse lixo transportado é gerado em Pelotas? O que tem a dizer a Prefeitura sobre estas irregularidades?
Lembrança: dezembro de 2019, um acidente próximo a Pinheiro Machado, envolvendo um caminhão que transportava lixo e um automóvel, resultou em uma morte, dois feridos graves e danos materiais.
Quem ganha com essa modalidade irresponsável de transporte de lixo? O excesso gera lucro líquido, sem despesa alguma para cada tonelada excedente transportada. Afinal, o frete é calculado com base na capacidade de carga do veículo, sem excessos.
Gratíssimo
Todos que utilizam a BR-293 têm o dever de agradecer à PRF, que age preventivamente, fiscalizando e fazendo cumprir a legislação e evitando que a busca pelo lucro a qualquer custo se sobreponha à lei e à vida.
UFPel
Nas últimas décadas, nós, nascidos e residentes na Zona Sul do estado, aprendemos a conviver com a falta de autoestima – sentimento que dissemina entre a população a sensação de valorizar tudo o que vêm de fora, inclusive pessoas e políticos.
Comparados a outras regiões, temos grande contingente de eleitores, porém, não temos representatividade política.
Há décadas trabalhamos para colocar nossa região em patamares de desenvolvimento social, econômico e científico que possa elevar nossa autoestima e nos proporcione a satisfação de pertencer a um local desenvolvido.
O sonho do polo naval de Rio Grande existiu enquanto o governo federal sustentou o projeto com dinheiro público, diga-se de passagem, alimentando também a corrupção.
Para uma terra que no passado viu seus filhos serem ministros, como Alexandre Cassiano do Nascimento, Ildefonso Simões Lopes, Mozart Victor Russomano e Carlos Alberto Chiarelli, dentre outras figuras notáveis, é difícil não acreditar em tempos promissores.
Voltando ao presente, esse colunista deseja materializar nesse espaço jornalístico o reconhecimento ao trabalho desenvolvido pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel), sob o comando do reitor Pedro Hallal.
Os pesquisadores da instituição jogaram a luz do conhecimento científico sobre a escuridão do desconhecimento mundial em relação à Covid-19, auxiliando estados e municípios na tomada de decisões no combate à pandemia.
Antes, assistíamos nos telejornais notícias com dados produzidos pelas universidades Johns Hopkins, nos Estados Unidos, ou Oxford, na Inglaterra. Hoje, assistimos a UFPel no papel de protagonista de estudos científicos.
Essa é a universidade pública, criticada por alguns, reconhecida por outros, que devolve ao país, em forma de conhecimento científico, os recursos gerados por cada cidadão e cidadã através de impostos, que são investidos na educação.
Essa é a universidade pública que devolve ao povo de nossa região a autoestima, contrariando o velho discurso de que exportamos cérebros com formação e conhecimento para o Brasil e o mundo, bem como comprova que somos e podemos continuar a ser um dos celeiros da produção científica brasileira.