Como acreditar

Sérgio Corrêa, jornalista e radialista.

COMO ACREDITAR

É muito importante que todos percebam que o voto, individual e intransferível de cada brasileiro(a) é o único caminho que garante a liberdade e os direitos individuais do povo, preservados pela constituição, assim como a sobrevivência da democracia.

O estado só é legítimo quando o povo com liberdade elege seus representantes. Está escrito em nossa constituição, todo o poder emana do povo.

Acredito que a essência dos conceitos de liberdade e democracia expressos em nossa constituição, tem como objetivo estabelecer o caminho mais próximo da perfeição e da harmonia nas relações da espécie humana entre si, como também, com os animais e com o meio ambiente em todos os aspectos.

COMO ACREDITAR II

Se a liberdade, a democracia e a constituição buscam a perfeição nas relações da espécie humana com outras espécies e com o planeta, por que no Brasil temos tantos problemas?
Sem intenção de demonizar a política, muito menos os políticos, até porque, a política se assemelha ao oxigênio, está em toda parte, em todas as decisões que organizam nossa vida em sociedade, passo a compartilhar uma análise muito pessoal sobre os problemas do Brasil.

COMO ACREDITAR III

Como acreditar que políticos e partidos políticos conseguem discutir com a sociedade os problemas do país em sessenta dias?

Sessenta dias é o período de campanha eleitoral oficial que teremos para analisar os candidatos e suas propostas para os próximos quatro anos e talvez oito, caso haja reeleição.

Em sessenta dias você consegue obter conhecimento suficiente sobre um candidato e sua proposta de governo que faça do seu voto o verdadeiro instrumento de transformação?

Alguns políticos omitem o que realmente pretendem fazer e não falam a verdade, vamos aos exemplos: vou começar pela república, não vi, nem ouvi Bolsonaro falar em seus programas de rádio ou TV na campanha de 2018, que faria a reforma da previdência, tirando direitos do trabalhador. Não falou, mas fez!

Aqui no estado, na campanha em 2018, nunca ouvi Eduardo Leite falar que voltaria a cobrar a previdência dos servidores do estado já aposentados. Não falou, mas fez! Contudo lembro muito bem de ver e ouvir Leite dizer que não venderia a CEEE, a CORSAN e que não concorreria a reeleição!

Em Pelotas, a prefeita reeleita Paula Mascarenhas, na campanha de 2020, nunca disse que voltaria a cobrar a previdência dos servidores aposentados pelo município, assim como nunca falou que pretendia apresentar novamente a proposta de cobrança da COSIP – Contribuição para o Custeio da Iluminação Pública. Não falou, mas fez!

COMO ACREDITAR IV

Dois fatores que alimentam a política da mentira e da omissão, criando problemas, são: a falta de tempo para ampliar as discussões durante o período de campanha eleitoral e a falta de interesse da população pela discussão política.

Um exemplo de falta de tempo que aconteceu em 2018 poderá se repetir este ano. Em 2018, devido à agressão sofrida por uma facada, o então candidato Jair Bolsonaro deixou o povo brasileiro sem a oportunidade de assistir o enfrentamento de Bolsonaro com os demais candidatos nos debates.

Nas eleições deste ano, Bolsonaro antecipou que, por estar bem posicionado nas pesquisas, provavelmente não participará de debates no primeiro turno, alegando que sofrerá agressões de todos os outros candidatos.

Lula, por sua vez, afirmou que só participará de debates se Bolsonaro estiver presente. Caso se confirme este cenário, o povo brasileiro novamente não terá oportunidade de assistir as discussões de propostas. Restarão apenas 28 dias do segundo turno, “caso haja segundo turno”.

A falta de interesse pela discussão política agrada apenas aos políticos. É preciso discutir política para entender porque em 2018, Eduardo Leite disse que votava em Bolsonaro porque o PT não é exemplo de democracia, José Ivo Sartori criou o slogan Sartonaro e João Dória o Bolsodória.

As perguntas que não querem calar são: Leite, Sartori e Dória queriam surfar na popularidade bolsonarista em 2018? Bolsonaro sem participar de debates, se elegeu sem discutir propostas e depois traiu a expectativa de muitos?

Caros leitores e leitoras, discutir sobre política não é brigar com quem pensa diferente, não é fechar os olhos para o fato de que os políticos na campanha omitem suas verdadeiras intenções.

A discussão está em todos os setores, na lavoura, no comércio, na indústria, no setor de serviços. Toda vez que os resultados não são satisfatórios é necessário reunir a equipe discutir, rever a política de trabalho, mudar atitudes, conceitos, modernizar processos e assim deve ser também na política de Estado.

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