2020, o ano que se multiplica

Perigo à saúde pública
A coluna solicitou à Assessoria de Comunicação da Prefeitura de Pelotas informações da Vigilância Sanitária sobre ocorrência em que um veículo de passeio foi abordado e retido pela Polícia Rodoviária Federal, quando transportava roupas e materiais que foram utilizados em testes de Covid-19.
Coleta, transporte e descarte de materiais contaminantes devem ser executados por empresa autorizada pela Anvisa, com profissionais capacitados e veículo identificado. O referido caso contrariou a legislação.
Se a situação configurava risco à saúde pública, as informações oferecendo transparência aos fatos também são de interesse público.
Quem é responsável pelo material, pelo transporte e pelo descarte do mesmo?
Estamos aguardando tais informações.

2020, o ano que se multiplica
Além do numeral “2020”, multiplicaram-se os dias em casa, as pessoas infectadas, o número de leitos, os hospitais de campanha. A alegria dos curados e a tristeza de quem não se despediu de familiares falecidos.
Multiplicaram-se profissionais de saúde que adoeceram e perderam a vida e os filhos de trabalhadores que não podem abraçar os pais.

2020, o ano que se multiplica I
Multiplicou-se o vazio de fiéis na praça São Pedro quando o papa orou. Contudo, sua prece foi multiplicada na fé de cada católico. Multiplicaram-se os viajantes que retornaram aos lares. Os dias sem futebol, sem olimpíadas. Os alunos sem aula, as pessoas sem emprego. Multiplicou-se também a violência em alguns lares. Já em outros, a harmonia.
Multiplicaram-se dias e noites sem festa, as refeições em família, os feriados e, infelizmente, multiplicou-se, o Dia de Finados.

2020, o ano que se multiplica II
A guerra multiplica a união do povo de uma nação atingida. A doença multiplica a união da família que sofre. O sangue multiplica vida através da doação.
O Brasil multiplica o quê?
O governo federal multiplicou secretários e ministros, num entra e sai durante o momento em que deveríamos multiplicar esforços para combater o coronavírus.
A política multiplica partidos e ideologias, que multiplicam conflitos entre os brasileiros. Assim multiplicam-se aqueles que não acreditam nos políticos, nas instituições e em mais ninguém.
Graças a estas pessoas, os votos brancos, nulos e abstenções somaram mais de 40 milhões de eleitores no primeiro turno. Já no segundo turno, o presidente eleito obteve pouco mais de 57,7 milhões de votos e quase 42,5 milhões de pessoas votaram em branco, nulo ou se abstiveram.

2020, o ano que se multiplica III
Multiplicaram-se notícias falsas enviadas e reenviadas pelas redes sociais. Diariamente, multiplica-se o número de pessoas ávidas pelo próximo conflito a ser noticiado nos telejornais.
O presidente da República multiplicou ato já praticado.
Dilma quis nomear Lula como ministro da Casa Civil, oferecendo imunidade e afastando a possibilidade de prisão.
Bolsonaro exonerou Weintraub somente depois que o mesmo entrou nos Estados Unidos, garantindo, assim, imunidade e passaporte diplomático ao já ex-ministro.
Lula e Dilma, chamados hoje de “comunistas”, em nome da governabilidade, colocaram no governo os partidos do denominado “centrão” para comandar ministérios, diretorias e outros setores no período em que o país viveu o auge do capitalismo e também intensa corrupção.
Bolsonaro, tal qual Lula e Dilma, em nome de uma democracia participativa, da governabilidade ou com receio de um possível impeachment, convida e entrega aos partidos do “centrão”, setores do governo com orçamentos vultuosos.

2020, o ano que se multiplica IV
Multiplicam-se os dias sem um Ministro da Saúde com formação na área. Pessoas usando máscaras no pescoço. Infelizmente, em meio a uma pandemia, multiplicam-se os conflitos de interesses nas disputas pelas prefeituras e pelas cadeiras nos legislativos.

2020, o ano que se multiplica V
Felizmente, multiplica-se o setor agropecuário – motor dessa nação que alimenta nossa população, assim como as de outros países.

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