Especial JTR: Agropecuária se mantém como principal atividade econômica em Piratini

Equipe da Emater atua em diversos segmentos do setor no município (Foto: Luciara Schneid/JTR)

A exemplo dos primeiros povoadores, 230 anos depois, a agropecuária ainda é uma das principais atividades econômicas do município. Na agricultura, o grande destaque é a soja, que chega a 40 mil hectares, cultivados por pelo menos 100 produtores. A cultura cresceu nos últimos nove anos, quando ocupava 17 mil hectares. Segundo dados da Emater Municipal, entre 70% e 80% da área é cultivada por pequenos produtores até 140 hectares. O restante é dividido entre sete a oito produtores com médias de 1,2 mil a 2 mil hectares. As áreas são próprias e arrendadas.

Além da soja, as florestas também são atividades de destaque no município. Só na poupança-florestal são 65 produtores com áreas entre cinco e 20 hectares, algumas florestas com dez a 11 anos e outras já no segundo corte. Estas, a partir de roteiros técnicos, a Emater auxilia na orientação dos trabalhos de campo, manejo pré-
plantio, colheita, licenciamentos ambientais, regularização de terras, mapa das propriedades para a implantação de florestas novas.

A pecuária também é familiar, na sua maioria, com propriedades até 50 hectares, o que equivale a 80% dos produtores. A atividade é responsável por 35% do Produto Interno Bruto (PIB) e registra 130 mil cabeças de gado e 84 mil ovinos, diz a chefe do escritório municipal da Emater, Marina Sinott.

Outra atividade relevante é o mel, com uma produção anual de 30 toneladas distribuídas entre 15 a 20 produtores. Neste segmento, entre 15 a 20 toneladas anuais são de mel orgânico, destinadas à exportação.

Nos grãos, a cultura do trigo vem caindo e chega a mil hectares de área. A cevada, que teve sua relevância na produção e fornecimento de matéria-prima à Ambev, para a produção de cervejas, deixou de ser plantada há alguns anos. O arroz possui pouca expressão e atinge 650 hectares, cultivado por oito produtores.

Em maio, o destaque é a Feira do Feijão Orgânico, que chegou a quinta edição neste ano. Segundo os técnicos da Emater, são plantados 140 hectares na primeira safra e 30 hectares na segunda. “Existem perto de 50 variedades de feijão no município”, afirmam.
A feira é organizada pela Associação de Produtores Ecológicos do Assentamento Conquista da Liberdade (Apecol) em parceria com a Emater, e é a única do gênero que se tem conhecimento no Brasil, sendo pioneira na oferta de feijão orgânico cultivado na agricultura familiar. O cultivo orgânico se diferencia do cultivo de larga escala pela ausência de defensivos químicos, oferecendo um produto que não traz nenhuma forma de risco à saúde. A produção anual é de cerca de 50 toneladas, que é vendido nas feiras e no comércio de cidades da região.

O milho, apesar da relevância, perto de dois mil hectares cultivados, se destina totalmente à subsistência, utilizado na sua maioria, como ração animal.

A fruticultura também se destaca, com a produção de 230 hectares de pêssego e oito hectares de laranjas, por três produtores. Já do morango chega a sete toneladas por ano, nos sistemas de cultivo protegido, estufa fora do solo, e agroecológico, atividade exercida por cinco produtores. São três estufas fora do solo e 11 mil pés no chão.

A comercialização dos produtos é interna, nas feiras livres locais, que recebem o apoio da Emater. Segundo os técnicos, é alta a incidência do sistema de produção agroecológica no município, no que garante aos consumidores a oferta de produtos sadios, sem veneno.
Destaque ainda para o cultivo de oliveiras, no total de 50 hectares, 45 deles destinados como matéria-prima para marca própria, como azeite de Piratini.

Além disso, há a produção de dez hectares de uvas viníferas, no 2º Distrito. Uma parte é destinada para a indústria Salton e outra parte à produção de vinhos engarrafados na propriedade, com a marca Quinta do Herval.

Também integram a equipe da Emater os engenheiros agrônomos Anderson Fontoura, Ben Hur Farias Martins e Simone Padilha Galarça, além dos extensionistas Cinara Alves, Luiz Renato Silva e Silvana Pranke. O escritório está localizado na rua 20 de Setembro, 158, no Centro Histórico, junto à Casa de Camarinha, prédio construído aproximadamente em 1789. É considerado o primeiro prédio da povoação, tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado do RS (Iphae) em 1986 e pelo município em 1956.

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