Na manhã desta segunda-feira (29), o Comitê da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) Covid-19 se manifestou, através de nota técnica, contrário à flexibilização das medidas de distanciamento social em Pelotas, após o retorno da região para a bandeira laranja no mapa do modelo de distanciamento controlado do Estado.
Conforme divulgado, a própria universidade discutiu os critérios do modelo junto a outras instituições, para haver uma abordagem técnica, baseada em indicadores, com intuito de garantir as especifidades regionais. “Cabe lembrar que em um cenário pandêmico, não podemos pensar em ações isoladas porque o vírus não respeita os limites territoriais administrativos”, afirma a nota.
Ainda, a região ficou por duas semanas na bandeira vermelha, podendo ser reclassificada para bandeira menos restritiva após preencher os requisitos por, pelo menos, dois períodos consecutivos de mensuração. O comitê argumenta que esse critério não foi seguido pela cidade de Pelotas e, após solicitação de revisão ao Governo do Estado, foi obtido o retorno à bandeira laranja.
“Alguns dos argumentos publicados no site da Prefeitura Municipal de Pelotas para retorno da bandeira laranja afirmam que “recebemos a informação da 3ª Coordenadoria [de Saúde] que o fator decisivo para este retorno foi o credenciamento de leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) em Bagé, que faz parte da Macrorregião Sul, e soubemos também que a região teve duas hospitalizações a menos, podendo ficar em bandeira laranja”. Saudamos positivamente o aumento da capacidade hospitalar de Bagé, destacamos que um dos pilares do distanciamento social é olhar para as regiões específicas. Nesse sentido, é necessário observar o cenário atual de Rio Grande e São José do Norte, bem como a demanda hospitalar aumentada na nossa cidade por pacientes desses municípios e das demais localidades vizinhas”, explica.
Também, é ressaltado que a equipe de enfrentamento do Hospital Escola (HE-UFPel), se posicionou “fortemente contra qualquer medida de flexibilização das medidas de isolamento já implementadas”, considerando a criticidade do momento “com ascendência no número de casos e de óbitos no município e no estado”.
“Como já enfatizados, de forma alguma minimizamos as consequências socioeconômicas de um novo período de restrições de abertura de setores de serviços não essenciais de nossa sociedade e ressaltamos a necessidade de políticas públicas que possam mitigar os problemas econômicos e sociais para as populações mais afetadas por essa crise. No entanto, precisamos de um plano de ação para enfrentar a pandemia e mudanças de percurso, talvez necessárias, precisam de justificativas robustas que mantenham o foco na vida das pessoas”, finaliza.