“Expofeira tem vínculo umbilical com Pelotas”, diz presidente da ARP

Evento é o segundo maior do setor no estado, atrás somente da Expointer, em Esteio, e costuma lotar o Parque Ildefonso Simões Lopes. (Foto: QZ7 Filmes)

Congregar o público rural com o urbano tem sido uma das principais marcas da Expofeira, evento realizado pela Associação Rural de Pelotas (ARP) a cada mês de outubro no Parque de Exposições Ildefonso Simões Lopes, na Zona Norte da cidade.

Mas para além desta aproximação entre grupos aparentemente distintos, o presidente da entidade organizadora, o produtor rural Augusto Rassier, lembra que esta relação é ainda mais forte que o expressivo número de visitantes que se dirige ao Parque durante os dias de Expofeira.

“A Feira é muito abrangente, não é direcionada a um setor, o público rural e urbano converge porque é um evento que reúne estudantes universitários, professores, pesquisadores de empresas de pesquisa como Embrapa e de assistência técnica rural, como a Emater, que têm oportunidade de partilhar e trocar conhecimento e experiências por meio da Conferência Rural, e é também uma referência da nossa história. A Expofeira tem um vínculo umbilical com a cidade, dialoga com nossas origens históricas e é realizada por uma instituição centenária”, afirma. No dia 12 de outubro a ARP completará 125 anos de fundação – que serão celebrados este ano durante a realização da 97a edição.

De acordo com Rassier, o público urbano é um grande cliente da Expofeira. É este contingente que turbina os números de visitação, prestigia a programação cultural e os shows nacionais, que na edição do ano passado, a 96a, assistiu ao Baile do Nego Véio 2, do sambista Alexandre Pires, lotando uma megaestrutura montada nas dependências do Parque Ildefonso Simões Lopes, além da programação cultural realizada durante todos os dias de evento.

Também percorre o pavilhão da Agricultura Familiar, organizado pelo Escritório Regional da Emater, para consumir produtos da agroindústria familiar de Pelotas, região e de outros municípios do estado, confere os leilões de gado de corte e de cavalo crioulo bem como os produtos oferecidos nos estandes, desde correarias, passando por itens de material elétrico, a ofertas do mercado imobiliário.

Afora isso, a feira apresenta um plantel de animais reconhecido pela excelência genética. A maioria deles é levada a leilões que ajudam a balizar o mercado.

Presidente da Associação Rural de Pelotas, Augusto Rassier, destaca o potencial do evento para movimentar setores além do agronegócio. (Foto: Edu Rickes)

Nossa história tem voz
É questão de tempo para a 97ª Expofeira de Pelotas, que será realizada de 9 a 15 de outubro deste ano, estar na rua. O slogan desta edição já foi escolhido – mais uma vez de autoria da jornalista Flávia Peres, da agência BMídia: “Nossa história tem voz”. A profissional também chancelou o bordão do ano passado – “O agro é a minha vida”.

Para 2023, sob o novo lema, a comunicação assume papel central na próxima edição da Expofeira no sentido de “amplificar a voz do campo, da ciência e da tecnologia em torno do agro”, complementa Flávia. De acordo com ela, a Feira este ano deve surpreender, de olho em novos formatos de comunicação e nas mudanças de geração de conteúdo digital, com direito a videocast e a um podcast que deve ser lançado em agosto.

Mas não apenas. o evento este ano contará com canais no Spotify e no Youtube, experiências imersivas em salas 3D, holografias e avatares também estão nos planos para reforçar o papel de protagonismo do agronegócio regional em escala nacional e internacional.
Mas a 97a Expofeira não vai às ruas apenas sob conceitos modernos de comunicação. Nos próximos dias, o presidente da ARP lidera comitiva da entidade em órgãos parceiros, como Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), Badesul e potenciais patrocinadores.

O périplo ajuda a garantir a realização do evento reconhecido por levar ao Parque Ildefonso Simões Lopes o melhor da produção agropecuária regional, que envolve além do gado de corte e leiteiro, plantéis de ovinos, pôneis e cavalos crioulos – as estrelas da festa que levaram ano passado, nos sete dias da feira agropecuária mais antiga do Estado – a maior depois da Expointer -, um contingente de 130 mil pessoas ao “parque da Rural”, movimentando R$ 7 milhões em vendas.

“[Ano passado] o tempo contribuiu bastante, choveu em apenas um dia, para este ano vamos montar também uma boa programação para o Dia das Crianças [12 de outubro], exatamente no dia do aniversário da Associação Rural”, afirma Rassier.

Valorização do setor primário, ressalta Idemar Barz
Para o vice-prefeito e secretário de Desenvolvimento Rural, Idemar Barz (PSDB), “a Expofeira é uma forma de mostrar para a população urbana o que é o meio rural e como ele funciona. A nossa feira, em especial, tem grande valor para o município, pois gera economia e valoriza o setor primário, muito importante para Pelotas. Se o campo não planta, a cidade não janta. Então, é fundamental nosso apoio e a presença da Secretaria de Desenvolvimento Rural [SDR] em mais uma edição”, destaca.

Tradicionalmente, a SDR participa do evento em agendas técnicas, como reuniões, seminários e palestras. “Além disso, estaremos, presencialmente, acompanhando a programação e a participação de agroindústrias, de representações do turismo rural, de empreendimentos e de setores aos quais prestamos acompanhamento junto com instituições.”

Para Barz, “a Expofeira, na 97a edição, em outubro de 2023, encaminha-se para o centenário garantindo a classificação de evento mais importante para o cenário do agronegócio na Zona Sul do Rio Grande. Nela, se efetivam transações, trocas de experiências, avanços técnicos e a consolidação da produção agrícola e da atividade pecuária como potenciais da região”.

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