
Em um cenário de preços considerados muito baixos pagos ao produtor, os tradicionais leilões de gado de corte da Expofeira Pelotas devem movimentar valores semelhantes aos do ano passado. Essa é a torcida dos leiloeiros Eduardo Knorr e Rodrigo Crespo, da Knorr Leilões e Casarão Remates, respectivamente.
“Se atingirmos o movimento de 2022 estaremos plenamente satisfeitos”, afirma Knorr. No ano passado, os sete remates realizados na pista do pavilhão Álvaro Penteado, do Parque Ildefonso Simões Lopes, somaram um total de R$ 7 milhões em vendas de bovinos das raças Brangus, Montana, Hereford, Braford e Angus.
Nesta 97ª Expofeira a programação dos leilões de gado de corte, um dos pontos altos do evento, é a mesma da edição anterior (confira nesta página). O escritório Knorr Leilões é o responsável pelos cinco primeiros, de segunda (9) a sexta-feira (13) – pela ordem: Brangus Piratini, Montana RS, Recalada Angus, Genética em Dose Dupla (Hereford e Braford) e Cabanha Santa Eulália (Angus). Juntos, a estimativa é de que deverão colocar em pista ao redor de 400 animais – 200 touros e 200 fêmeas.
O leiloeiro evita apontar destaques. Para Knorr, isso é o que não falta em Pelotas, praça onde as propriedades são reconhecidas pelo trabalho em genética de ponta, técnicas modernas de reprodução, respeito ao bem-estar animal e ao meio ambiente, além de programas de tratamento preventivo veterinário. “É um produtor escolado, formado e sabe o que tem que fazer. Pelotas se consolida por isso. Quem compra aqui sabe que são animais oriundos de seleções importantes, alicerçadas em genética de ponta”, diz.
E mesmo diante de uma realidade pouco alentadora, na qual as cotações do boi gordo, da soja e do milho estejam bem aquém do que o produtor espera, fatores que influenciam números finais dos leilões, Knorr acredita na persistência e na leitura perspicaz de mercado dos interessados em adquirir matrizes e reprodutores. Ele lembra que análises de mercado apontam para uma retomada no ciclo de alta da pecuária a partir do final de 2024, com forte aquecimento no ano seguinte. O abate excessivo de matrizes, que ocorre principalmente este ano, gera quantidade menor de nascimentos e população futura.
A tese aponta a necessidade de se preparar para um ciclo mais promissor, apostando na produção de terneiros. O leiloeiro complementa: “Essa matriz que será comprada agora vai parir na primavera do ano que vem – nasce em 2024 e desmama em 2025, em pleno ciclo de alta acentuada, conforme previsto. É um caminho lógico, mesmo com as cotações não estando boas e inferiores às do ano passado, então, torna-se necessário que ele invista em reprodutores e em matrizes de qualidade para chegar no ciclo de alta com o produto pronto para abastecer o mercado – produtor trabalha com perspectiva de futuro”.
Crespo concorda. E é o que o mantém otimista para alcançar os índices de comercialização da Expofeira anterior. “A mostra de Pelotas é um referencial e uma marca registrada na oferta de reprodutores de alta qualidade, fornecendo e distribuindo essa genética para os quatro cantos do nosso Rio Grande do Sul, quem pensa na frente olha pra cá”, diz.
Assim como em anos anteriores, o Casarão Remates será responsável pelos leilões do fim de semana – sábado (14) e domingo (15). O primeiro é o Hereford da Fronteira, com 35 reprodutores das estâncias Tamanca (Santa Vitória do Palmar) e Santa Angélica (Herval).
Domingo será a vez de pôr em pista 120 reprodutores do leilão Só Angus, que reúne quatro cabanhas, todas de Santa Vitória do Palmar: Albardão, Santa Amélia, Santa Joana e Tradição. Neste remate, o leiloeiro destaca o trio Grande Campeão Puro de Origem (PO) da Expointer 2022 da estância Tradição e o melhor touro rústico PO também da Expointer, com tatuagem T153.