Os vereadores devem articular a abertura de uma nova CPI para investigar as supostas irregularidades envolvendo o Pronto Socorro de Pelotas (PSP) denunciadas recentemente pelo cirurgião vascular Diego Larangeira. O médico participou de oitiva na Câmara de Vereadores no começo da noite de quarta-feira (11). As denúncias vieram à tona por meio dos vereadores Anselmo Rodrigues (PL) e Cauê Fuhro Souto (PV) durante a sessão ordinária realizada na terça (10).
O médico prestou depoimento fora da CPI que apura desvio de recursos do PSP na qual o ex-diretor Misael da Cunha foi denunciado pelo Ministério Público por sete casos de peculato na segunda quinzena de agosto. Entre as principais acusações feitas por Larangeira está que prontuários teriam sido assinados por residentes sem o devido acompanhamento dos médicos plantonistas – o que teria causado a morte de pacientes por falta de atendimento imediato durante os plantões noturnos pela ausência dos médicos responsáveis pelos residentes.
Além disso, o médico afirmou que em algumas ocasiões residentes eram enviados para cirurgias de emergência ao invés de especialistas e que pacientes que deram entrada no PSP já com necessidade de intervenção cirúrgica imediata tinham o procedimento cirúrgico postergado pelos plantonistas para que não fosse realizado dentro do próprio plantão.
Larangeira garante que todas as supostas irregularidades teriam sido comunicadas à chefia imediata, mas nunca viraram queixa formal. As denúncias estariam sendo realizadas há, pelo menos, três anos. Larangeira atuou no PSP até junho deste ano, quando foi demitido por condutas inadequadas, conforme a Prefeitura.
Como o relatório da CPI do Pronto Socorro está praticamente concluído, os parlamentares pretendem incluir no documento trechos do que foi falado pelo médico que se encaixem no escopo da comissão.