Instituto de Menores Dom Antônio Zattera oferece atividade e alimentação para 260 crianças em situação de vulnerabilidade social
Interpretando canções como Anunciação, de Alceu Valença, e Ciranda da Bailarina, de Chico Buarque e Edu Lobo, crianças atendidas pelo Instituto de Menores Dom Antônio Zattera (IMDAZ) encantaram quem esteve presente na Tarde Cultural, realizada na terça-feira (10). A apresentação fez parte da programação do dia, que também contou com atividades educativas contra o bullying, apresentação de danças, Taekwondo, artes e a premiação das Olimpiadas realizadas com os alunos, com distribuição de medalhas para todos. A recompensa, no entanto, foi o estímulo ao trabalho conjunto.

“A ideia foi aprender a trabalhar o grupo. Se o grupo todo não ganhar, ninguém ganha”, disse Patrícia Frank, diretora da instituição. Ela explica que a ideia partiu do professor Rossano Diniz, mestre de Taekwondo, que promove o projeto “Quem luta não briga”. O intuito era para que fossem abordadas informações sobre os Jogos Olímpicos, as modalidades, e os países, assim como para que o trabalho em equipe fosse estimulado.

Divididos entre as equipes vermelha, azul e amarela, os 260 alunos da instituição participaram, durante duas semanas, de atividades que somavam pontos, entre elas, medidas de prevenção contra o coronavírus, como o uso correto de máscaras e álcool gel, por exemplo. “Eles participaram muito e um cuidava do outro”, disse.

Esse é um dos trabalhos desenvolvidos no IMDAZ, que atua no contraturno escolar, com a oferta de refeições e de uma grade de atividades com música, arte, dança, esportes, além de trabalhos na parte pedagógica. “Uns gostam da banda, outros preferem Taekwondo, alguns gostam de pintar, e a gente vai vendo onde a criança se aloca melhor. Mas, normalmente, todos experimentam a maioria das atividades”, afirma Patrícia. No local, atuam 12 funcionários e mais de 20 voluntários. Uma parceria com a Universidade Católica de Pelotas (UCPel), possibilita que os alunos também tenham acesso a especialidades como Odontologia, Psicologia, Fisioterapia e, também em inclusão digital, por meio de alunos extensionistas da instituição de ensino.

Conforme Patrícia, a maioria dos atendidos está em situação de vulnerabilidade social e algumas crianças também se encontram no abrigo municipal. O local, ainda, recebe o encaminhamento de outras instituições como o Centro de Referência de Assistência Social (CRAS), escolas, o poder Judiciário e outras. Ela conta que há uma fila de 89 crianças para entrar na instituição. “A nossa vontade é de conseguir dar vagas para todos, mas, infelizmente, a gente não consegue”, ressalta.
O IMDAZ também oferece projetos que estendem algumas atividades para os pais, como na geração de renda ou de caráter educativo. “A gente percebeu, no decorrer do trabalho, que não adiantava nós querermos modificar a criança se o problema estava na estrutura familiar”, conta Patrícia, citando o desemprego como exemplo. Um dos projetos é o “Clube de Mães”, no qual as interessadas recebem aulas de panificação, confeitaria e doces, que podem ser comercializados. Há, ainda, o “Entrelaçando linhas e sonhos”, destinado a mulheres de 15 a 59 anos que vivam ou tenham sofrido algum tipo de violência, que fornece conhecimentos na área de desenho, projeto e confecção de roupas.
“A nossa ideia é conseguir chegar em uma futura cooperativa, para que elas sintam que tem perspectiva, que a gente consegue mais. Unidas, a gente consegue mais”, diz a diretora. Além disso, são desenvolvidas rodas de conversas entre as participantes, com apoio psicológico. Pelo projeto, 15 mulheres já foram formadas e três já estão trabalhando.
A ideia é que os projetos também sejam estendidos aos homens, com um curso de barbearia. Mas, devido à pandemia, as aulas foram adiadas.
A pandemia também afetou diretamente o trabalho desenvolvido pela instituição, que cessou completamente as atividades por um período. O prolongamento da situação sanitária fez com que fosse criada uma campanha de arrecadação de alimentos, que seriam distribuídas para famílias. Em oito meses, 120 toneladas foram distribuídas. O trabalho solidário continua, e se estende, também, para famílias cujas crianças não são atendidas pelo instituto. “Foi um trabalho que a gente ficou feliz, porque algumas pessoas não tinham nada para comer”, afirma Patrícia.
Como contribuir
O IMDAZ é mantido pela Mitra Arquidiocesana de Pelotas, além de parcerias com a Prefeitura de Pelotas e empresas apoiadores. Além disso, o local também conta com a solidariedade da população, que contribui com alimentos e com doações em dinheiro. “Para alimentar 260 crianças a gente precisa de ajuda contínua”, salienta a diretora. Outras 148 cestas básicas também são distribuídas, mensalmente, para famílias em vulnerabilidade social.

A meta é de expandir o local, de forma que passe a atender 300 crianças. “Para isso, nós temos que ir nos reestruturando”, aponta a diretora.
Para que o trabalho continue a ser desenvolvido, a participação e contribuição da população e de empresas são fundamentais. Seja com doações de alimentos, roupas, cobertores, álcool gel, máscara, material escolar ou recursos em dinheiro. “Cada real que a gente recebe, cada doação, cada litro de leite, isso tudo faz uma pessoa feliz e, às vezes, uma família toda”, salienta.
Conforme Patrícia, qualquer pessoa pode visitar e conhecer os projetos e o Instituto. Informações podem ser obtidas pelo telefone (53) 3228-5505 ou nas redes sociais, como o Facebook, em https://www.facebook.com/institutodemenoresdaz, e no Instagram em https://www.instagram.com/imdaaz/.Há, também, o site, no endereço https://institutodemenores.wixsite.com/. O Instituto é localizado na avenida Domingos de Almeida, nº 3150, no Areal, em Pelotas.
Confira um vídeo especial sobre a instituição:
Muito bom minha filhas estão gostando
Eu estudei quando pequena que saudade aprendi muito ai,amava colonia de ferias😍