Através de uma ação do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Jaguarão e dos pequenos produtores que compõem a bacia leiteira do município, o leite passa a ser ofertado no mercado interno com o selo Fronteira Sul.
Com uma identidade visual conceituada na valorização local, o Projeto Fronteira Sul surgiu na intenção de viabilizar a pasteurização do leite produzido pelos produtores associados ao sindicato e dessa maneira inserir o produto no mercado, respeitando todas as exigências sanitárias e de segurança alimentar, pois a venda do produto in natura, como culturalmente era ofertado, não é permitida.
Inicialmente, sete produtores participam do projeto, tendo a ideia de ampliação e a perspectiva de que futuramente o produto circule na região. Os participantes estavam sem alternativas de comercialização justamente pela dificuldade de cumprir as exigências sanitárias e a situação desfavorável de mercado que o setor lácteo enfrenta nos últimos anos.
O Fronteira Sul busca explorar todo potencial da bacia leiteira jaguarense, surgindo como uma boa alternativa de fomento e incentivo aos produtores que agora podem ofertar seu produto de maneira legal, bem como o consumidor que fica com a certeza da procedência do produto. A pasteurização do leite é feita através de um convênio de terceirização junto à empresa Vaca Azul, que atua em Jaguarão, e será responsável por todo processo de industrialização do leite.
O presidente do sindicato, João Cezar Larrosa, ressalta que a demanda surgiu dos próprios produtores, sendo o sindicato o mediador da negociação, firmando a marca e organizando os produtores com a Vaca Azul. A ideia é que outros produtos derivados do leite sejam comercializados através do selo, podendo ganhar o status de cooperativa, representando um grande avanço no sistema de produção local, pois deste modo pode alcançar o mercado institucional, ou seja, fornecer para instituições públicas da região.
Há uma estimativa que neste processo inicial seja possível disponibilizar no mercado interno cerca de 500 litros de leite por dia, alcançando um valor agregado que garanta maior rentabilidade para o produtor, já que não há tanta influência do mercado externo pautado pela indústria, situação que quase dobra o valor de lucro dos produtores.
Para o produtor Nido Rogério Moraes, que entrega em torno de 40 litros por dia para a pasteurização, a expectativa de comercialização é grande. “O projeto facilita tudo para nós. Através da venda do leite conseguimos comercializar outros produtos oriundos da agricultura familiar, fazendo um comércio agregado, fora o fato de que agora podemos trabalhar dentro da legalidade”, comemora.
O município ter uma empresa que atua no ramo de beneficiamento de laticínios, que cumpre as normativas da inspeção municipal, foi determinante para o andamento das ações, segundo o secretário de Desenvolvimento Rural, Lindolfo Holdeffer. “A iniciativa dos produtores junto ao sindicato vem para solucionar um problema que persiste ao longo dos anos. Nós, como poder público, sempre procuramos dar o maior suporte possível para avançar nessa linha na busca de um selo próprio para os produtores, sendo a participação do sindicato fundamental para encontrar soluções necessárias”, finaliza.
O Leite Fronteira Sul já está sendo comercializado pelos produtores de Jaguarão e passa a ser uma nova alternativa de consumo que valoriza o que é produzido localmente.