Plano de Contingência é encaminhado pela Secretaria Estadual de Saúde devido à paralisação dos médicos da Santa Casa de São Lourenço do Sul

A Secretaria Estadual de Saúde apresentou como alternativa para a população o Hospital São João da Reserva, situado no interior do município. (Foto: Tatiane Klumb/JTR)

A Secretaria Estadual de Saúde do Rio Grande do Sul encaminhou um Plano de Contingência diante do indicativo de paralisação dos médicos da Santa Casa de Misericórdia de São Lourenço do Sul, prevista para esta terça-feira (25). A paralisação, que pode incluir até mesmo a demissão em massa dos profissionais, traz sérios riscos à continuidade do atendimento médico, especialmente no que se refere a gestantes e recém-nascidos, que dependem de serviços essenciais como obstetrícia e pediatria.

A decisão de paralisar os serviços médicos foi tomada em uma reunião entre a direção do hospital, o corpo médico e o Sindicato dos Médicos do Rio Grande do Sul (SIMERS). O movimento, conforme anunciado, é por tempo indeterminado, e o município de São Lourenço do Sul pode enfrentar, a partir de amanhã, a escassez de médicos especializados pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Plano de contingência

Diante da crise iminente, a Secretaria Estadual de Saúde apresentou como alternativa para a população o Hospital São João da Reserva, situado no interior de São Lourenço do Sul, para tentar minimizar os impactos da paralisação. A unidade de saúde, no entanto, não possui a mesma estrutura que a Santa Casa para atender a uma demanda tão significativa de pacientes, que inclui, em média, sete partos normais e dez cesarianas por mês. A falta de obstetras e pediatras no município pode colocar em risco a vida de gestantes e recém-nascidos.

Reação do prefeito de São Lourenço do Sul

Em entrevista à Rádio São Lourenço, o prefeito de São Lourenço do Sul, Zelmute Marten (PT) destacou que o município chegou a um ponto de colapso devido à gestão atual da Santa Casa de Misericórdia. Marten viaja nesta segunda-feira (24) para Brasília com o objetivo de discutir o futuro da instituição com o Ministério da Saúde e parlamentares, buscando soluções para a crise.

O prefeito sugeriu que o Conselho de Entidades da Santa Casa, que exclui a administração municipal, estruture um movimento envolvendo diversas entidades locais, como a Paróquia São Lourenço, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), o Sindicato Médico, e outras representações de trabalhadores da instituição. O objetivo seria convocar uma Assembleia Geral Extraordinária para eleger uma nova direção, focada na transparência, profissionalismo e boa gestão hospitalar, incluindo a nomeação de um gestor hospitalar qualificado.

Corte da fala do prefeito à Radio São Lourenço:

“Chegamos ao colapso da Santa Casa de Misericórdia pelos esforços da atual gestão. Estou propondo que as entidades que compõem o Conselho de Entidades da Santa Casa de Misericórdia, do qual a Prefeitura Municipal de São Lourenço foi excluída, estruturem um movimento a partir da Paróquia São Lourenço, Ordem dos Advogados do Brasil, Sindicato Médico, entidades de representação dos trabalhadores da Santa Casa: técnicos, enfermeiros, chamem uma Assembleia Geral Extraordinária para ungir uma direção para a Instituição Hospital fundada no profissionalismo, transparência e técnica de gestão, admitindo um gestor hospitalar e com formação na área. Havendo este ambiente, a Administração Pública Municipal de São Lourenço do Sul e o Hospital São João da Reserva poderão aproximar-se da Santa Casa de Misericórdia para iniciar, com o apoio do Estado e da União, um plano de recuperação da instituição que tenha no centro, a prioridade no atendimento ao cidadão, o pagamento de indenizações e salários dos trabalhadores e o pagamento dos salários dos médicos”.

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