A Cooperativa Mista dos Pequenos Agricultores da Região Sul Ltda. (Coopar/Pomerano) tem em sua essência a agricultura familiar. Com 27 anos de existência, o início envolveu agricultores e profissionais do setor vinculados ao Centro de Apoio ao Pequeno Agricultor da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB) e o Centro de Apoio e Promoção da Agroecologia (CAPA).
Mesmo com posicionamento contrário à maioria das lideranças para a implantação da cooperativa, o CAPA, através de um projeto enviado à Alemanha, mobilizou U$ 17 mil dólares para aquisição de uma área com prédio comercial desativado na vila de Boa Vista, onde atualmente está localizada a sede.
Ao todo, a Coopar contou com 41 sócios fundadores. Nesta trajetória, enfrentou anos de dificuldades por diferentes fatores. Após 1995, foi traçada uma atuação embasada no momento e redefinido o sistema de funcionamento. Até hoje os associados são colocados em primeiro plano, pois mesmo em tempos difíceis, nunca houve atraso ou problemas para o agricultor receber qualquer valor referente à produção comercializada.
As atividades são voltadas à comercialização e fornecimento de insumos aos associados. Inicialmente trabalhava com hortifrutigranjeiros, batata, milho, feijão, suínos e soja. Também foram introduzidas novas atividades, como o setor leiteiro, e qualificar tecnologicamente a produção.
Com a inserção da atividade leiteira, ocorreu um estímulo no município e região. Hoje, São Lourenço do Sul é o maior produtor de leite das regiões Sul, Centro e Campanha, além de ser o sétimo colocado no estado. Ainda, incrementou em 30% o preço do leite pago aos agricultores.
Neste período, pensando em dar mais competitividade aos produtos dos associados, a cooperativa registrou sua marca, sendo escolhida a Pomerano pelo forte vínculo que tem a história da colonização com a agricultura familiar local e regional.

A Coopar foi presente em todos os debates da política estratégica de desenvolvimento da agricultura e da região, ajudou e apoiou a criação de novas organizações que pudessem potencializar as atividades, especialmente a vida dos agricultores. Através da cooperativa, muitas políticas dos governos federal e estadual chegam até aos agricultores associados, assim como o Programa Nacional de Aquisição de Alimentos (PAA), onde os produtos dos associados são comercializados.
A Coopar hoje
A Coopar/Pomerano teve uma expansão e desenvolvimento muito significativos, graças a uma gestão focada na segurança financeira e econômica. São 168 funcionários diretos e 75 prestadores de serviços. Na indústria, entre as duas unidades, são 86 funcionários.
Com 900 produtores de leite, a intenção de produção para este ano é atingir 200 mil litros de leite/dia. São aproximadamente 4.750 famílias associadas, com destaque para a evolução nos últimos cinco anos, em torno de 1.654 ingressaram de 2014 para cá.
A cooperativa atende praticamente toda a cadeia produtiva dos associados com inúmeros benefícios, desde a compra de insumos até a produção final.
Prêmios e homenagens
Em 2019, o doce de leite e o queijo mussarela foram eleitos um dos melhores do estado, recebendo ambos medalha de prata no 30º Festiqueijo. O concurso ocorreu em Carlos Barbosa e é promovido pela Associação Gaúcha de Laticinistas e Laticínios com a Associação das Pequenas Indústrias de Laticínios do Rio Grande do Sul (Apil/RS) e Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat).
Recentemente, a Coopar/Pomerano recebeu na Assembleia Legislativa do RS a medalha da 55ª Legislatura, uma proposição do deputado estadual José Nunes, ex-presidente da cooperativa, pelos eficazes trabalhos desenvolvidos no fomento ao cooperativismo e fortalecimento permanente da agricultura familiar da Região Sul do estado.
Suporte ao associado:
Na matriz fica o setor administrativo, setor técnico e uma das unidades de varejo. A outra está localizada junto à filial da Picada Esperança.
Sanidade melhor e preço:
O produtor que obtém os laudos de sanidade animal, livre da brucelose e da tuberculose, recebe incremento no valor pago pelo litro, gerando uma bonificação sob a qualidade do leite.
Melhoramento genético:
Apostando no melhoramento genético, a Coopar trabalha e incentiva a seleção de touros adequados à realidade da região, com condições facilitadas.
Fábricas de laticínios:
Localizada no Distrito de Boa Vista, a primeira fábrica tem capacidade de industrializar 30 mil litros de leite/dia. São fabricados queijos lanche, colonial e gouda, nata e doce de leite. A outra está situada junto à BR-116 e tem industrializado uma média de 100 mil litros de leite. Equipada com tecnologia italiana, são produzidos bebida láctea, nata, requeijão e queijo mussarela.
Unidades de venda direta ao consumidor:
Há duas novas unidades de comercialização dos produtos Pomerano. Uma fica localizada junto à Filial da Indústria de Laticínios na BR-116, próxima ao trevo de acesso a São Lourenço do Sul e a outra na ERS-265, junto ao Posto de Combustível Coopar, no Distrito da Boa Vista.
Três unidades para secagem e armazenagem de grãos:
Estão localizadas na Matriz, na filial da Picada Esperança e na localidade de Pedrinhas, ERS-265. As estruturas ajudam na negociação de preços, pois possibilitam a estocagem de grãos em geral. Não raro, os compradores são os próprios associados, principalmente com relação ao milho, utilizado na alimentação dos animais.
Posto de combustíveis:
Duas unidades instaladas no interior, uma na localidade de Boa Vista próximo à indústria matriz (que acaba de ser totalmente reformulada e revigorada) e outra na Picada Esperança junto a filial, trazem benefícios aos associados, principalmente no quesito logístico, já que nas proximidades não existem outros postos. Os preços não são diferenciados aos associados, mas costumam ser competitivos à clientela em geral.
Orientação técnica:
O repasse de fertilizantes e de sementes para o plantio de pastagens também faz parte do suporte disponibilizado pela Coopar, além de assistência de médico veterinário.
Braços operacionais além da região:
Em Taquara, região metropolitana de Porto Alegre, o leite UHT integral é industrializado e volta para comercialização na Zona Sul. A matéria-prima, entretanto, é da Região Sul. O soro é vendido em Teutônia, na região central do estado. Com uma única cartada, a cooperativa coloca valor comercial no resíduo e ainda evita de ter de investir em um sistema para destinação correta do material, conforme a legislação ambiental, explica o gerente de Laticínios, Fábio Bender.
Em Teutônia, o soro transforma-se em composição láctea e ainda ganha a versão em pó.