Por André Zenobini
O presidente da Petrobras Jean Paul Terra Prates esteve em Rio Grande nesta segunda-feira (29), acompanhado do presidente da Transpetro, Sérgio Bacci, do governador Eduardo Leite (PSDB) e de diversas autoridades locais, anunciando investimento de R$ 45 milhões da empresa na Refinaria Riograndense, que tem como acionistas a própria Petrobras, Braskem e Ultrapar. O acordo pretende tornar a Refinaria Riograndense na primeira biorrefinaria no Brasil a processar matéria-prima 100% renovável.
O acordo foi celebrado em reunião-almoço na Câmara de Comércio. “Aqui a experiência que faremos é 100% do bio-óleo entrando e saindo da produção 100% do produto renovável, é revolucionário”, afirmou Prates. Para isso, será utilizada uma tecnologia desenvolvida pelo Centro de Pesquisas e Desenvolvimento (Cenpes) da Petrobras. A unidade de FCC (craqueamento catalítico fluido) da Refinaria será preparada, no primeiro teste, com inovações de processo e sistema catalítico, gerando insumos integralmente renováveis. O teste posterior será por meio do coprocessamento de carga fóssil com bio-óleo, gerando propeno, gasolina e diesel, todos com conteúdo renovável a partir de matéria-prima avançada de biomassa não alimentar.
Para o presidente da Petrobras, os testes na RPR demonstram o compromisso da companhia com a transição energética. “A Petrobras é pioneira no desenvolvimento de tecnologia capaz de impulsionar oportunidades para o biorrefino no Brasil. Em parceria com os nossos sócios na Refinaria de Petróleo Riograndense, estamos avançando e perseguindo a descarbonização dos nossos processos, gerando produtos com conteúdo renovável, mais sustentáveis e eficientes para a sociedade”.
Para o diretor-superintendente da RPR, Felipe Jorge, as perspectivas são boas. “Estamos dando mais um importante passo em direção ao futuro da nossa pioneira refinaria. Este investimento para a produção de renováveis pode abrir as portas da RPR para um mercado bastante promissor”, finaliza.
O governador destacou que o projeto é audacioso e conectado ao que se demanda ao futuro de sustentabilidade. “Tivemos um primeiro ciclo de governo com ajustes de contas e nesse segundo ciclo estamos buscando criar um novo ambiente de desenvolvimento. Esse primeiro passo vai viabilizar um investimento muito maior do que esse e que vem beneficiar duplamente o estado, pelo empreendimento e pelo selo que vai dar ao Estado nas energias renováveis, agregando valor”, conclui.