Foi descartado laboratorialmente na noite desta quarta-feira (31) o caso suspeito de gripe aviária em um servidor do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) que teve contato com a ave silvestre encontrada morta com a doença na Reserva Ecológica do Taim, no sul do Estado.
A detecção de foco de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (H5N1) em aves silvestres localizadas próximas à Lagoa da Mangueira, no município de Santa Vitória do Palmar, foi feita nesta segunda-feira (29) por meio do Departamento de Vigilância e Defesa Sanitária Animal (DDA) da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi).
Tão logo houve a confirmação, a Secretaria Estadual da Saúde (SES) agiu com a busca ativa a todas as pessoas que tiveram contato com o animal, identificando o servidor do instituto com sintomas gripais, que passou a ficar em isolamento enquanto uma amostra dele foi enviada para análise no laboratório da Fiocruz, no Rio de Janeiro.
Um colega do servidor, mesmo que sem apresentar sintomas e por isso não chegasse a ser considerado suspeito, teve amostra coletada e a análise também teve resultado negativo.
A definição de caso humano suspeito já foi divulgado pelo Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs) em um Comunicado de Risco publicado no site da SES (saude.rs.gov.br/gripeaviaria). O documento descreve que, a partir do conhecimento de um animal provável ou confirmado, a vigilância em saúde vai monitorar as pessoas expostas por 10 dias (assintomáticos), ou até desenvolvimento de sintomas (dentro deste período). As pessoas que desenvolverem sintomas gripais (febre acompanhada de outros sinais) passam a ser consideradas casos suspeitos primários. Se identificados contatos destes casos suspeitos primários, esses também serão monitorados da mesma maneira.
Para que um caso seja considerado suspeito é preciso que haja necessariamente evidências clínicas (sintomas) e evidências epidemiológicas, como contato próximo a outro caso suspeito, provável ou confirmado; contato com animal infectado ou exposição a animal ou seus restos mortais contaminados.
Casos em humanos são, até o momento, raros. Segundo a Organização Mundial de Saúde, nos últimos 20 anos, são 468 casos confirmados, com 282 óbitos entre eles. Neste ano (até 24 de abril), foram quatro casos confirmados em todo o mundo (no Camboja, Chile e China).
Transmissão
O vírus da Influenza Aviária não infecta facilmente humanos e, de modo geral, a transmissão de pessoa a pessoa não é sustentada. Contudo, há o risco de ocorrência de casos humanos.
Não há evidências de que a doença possa ser transmitida às pessoas por meio de alimentos devidamente preparados e bem cozidos.
A transmissão ocorre por meio de aerossóis ou secreções (respiratórias, fezes, fluidos corporais) de aves infectadas, e pode ocorrer por contato direto ou indireto – por meio de fômites ou do meio ambiente.
Prevenção e controle
Considerando que a forma de transmissão primária de influenza aviária para humanos se dá pelo contato direto ou indireto com aves infectadas ou suas excretas e secreções, as principais medidas de prevenção ao contágio dizem respeito à restrição desse contato.
Orientações
Comunicar imediatamente ao Serviço Veterinário Oficial a ocorrência de aves com sinais respiratórios, neurológicos, digestivos ou alta mortalidade, inclusive em aves silvestres.
Não manipular nem recolher aves ou animais silvestres mortos ou moribundos, que sejam encontrados ou não em ambientes silvestres.
Evitar manipular e recolher aves ou animais mortos ou moribundos na propriedade ou no entorno dela. Se o manejo foi inevitável, deve-se utilizar Equipamentos de Proteção Individual.
As suspeitas devem ser notificadas imediatamente à Secretaria da Agricultura, pela Inspetoria de Defesa Agropecuária mais próxima ou através do Whatsapp (51) 98445-2033.