Tomate é alternativa no consórcio com outras atividades

Produtor Rafael Jung, da Colônia São Manoel, 7º distrito, aderiu a atividade em 2018 (Foto: Reprodução/Arquivo Pessoal)

O tomate que abastece o mercado nesta época do ano é basicamente produzido na região, pelos municípios de Pelotas, Canguçu e Rio Grande, os maiores produtores. Com uma área de 155 hectares, a cultura é mais expressiva em Pelotas, que é responsável pelo maior volume de produção, pois produz cinco vezes mais que as outras cidades. Segundo dados da Emater, na Zona Sul, o maior volume é do tomate tipo gaúcho, com área de 90 hectares e 150 produtores. O longa vida tem uma área de 40 hectares e 50 produtores envolvidos. Outros 25 hectares são destinados aos tomates tipo salada, como o italiano e cereja, com 30 produtores envolvidos.

“Na região, temos basicamente três plantios, a partir de setembro e que possibilitam a colheita escalonada entre os meses de dezembro e maio”, explica o engenheiro agrônomo Rodrigo Prestes, do Escritório Municipal da Emater Pelotas. Segundo ele, todo o cultivo é irrigado e a produtividade varia de 60 a 80 toneladas por hectare, média bem superior a estadual. A preferência no cultivo é pelo tomate tipo gaúcho, que atinge de 80% a 90% da área por produtor e o restante, do italiano. “Somos a única região que ainda cultiva o tomate gaúcho o que é um diferencial”, diz.

As áreas de cultivo obedecem padrão de qualidade superior, já que o produto é destinado à mesa, como a utilização de estacas para elevar as frutas do solo.

O cultivo em ambiente protegido (estufas) não é recomendado pelos altos custos de produção, que não refletem no preço final do produto. Mas, para cultivos especiais e orgânicos , conforme o agrônomo, a orientação aos produtores é para que façam cultivos diferenciados em estufas, como o tomate grego amarelo, para que se consiga agregar valor.

Atualmente, há cinco produtores que cultivam a fruta em ambiente protegido (estufas), o que equivale a 0,05 hectare (500 metros quadrados). Esta área se refere, principalmente, a cultivos orgânicos.

Prestes conta que é grande o número de produtores que se dedicam à atividade pós-pêssego, com semeadura em janeiro, o que permite conciliar as duas atividades. Ele também destaca a grande volatilidade de preço do produto, que pode variar entre R$ 20 e R$ 100 o preço da caixa de 20 quilos. “Para obter rentabilidade o produtor precisa vender entre R$ 30 e R$ 40, o que equivale a R$ 1,50 a R$ 2 por quilo”, destaca o agrônomo. Mas o que vai determinar o preço são fatores como clima, oferta e demanda.

“O tomate entra muito bem no consórcio com outras atividades, especialmente as frutas, como o pêssego”. Atualmente, quase todas as propriedades dos 7º e 8º distritos de Pelotas, que se dedicam às frutas, estão trabalhando com o tomate.

O produtor Rafael Jung, da Colônia São Manoel, 7º distrito, aderiu a atividade em 2018, com plantio em agosto. Neste último ano, por causa da escassez de mão de obra e para não coincidir com o ciclo do pêssego, ele realizou o transplante das mudas no final de novembro, o que possibilitará o início da colheita em 20 de fevereiro. As variedades plantadas por ele são gaúcho e longa vida.

A área inicial de um hectare foi reduzida este ano para meio hectare, devido aos problemas enfrentados com doenças de solo e que atingiram, pelo menos, 90% da área. Além disso, a exemplo da maioria dos produtores, Jung teve problemas para vender seu produto, já que a fase de comercialização coincidiu com o início da pandemia. A expectativa para 2021 é de uma boa produção, podendo recuperar o prejuízo do ano anterior.

Para ele, trata-se de uma atividade gratificante, que lhe proporciona um ganho a mais, além do pêssego, com pomares que ocupam 30 hectares, atividade que desempenha ao lado do pai e da irmã. “O tomate é uma cultura que realizo sozinho e no momento da colheita preciso buscar mão de obra para ajudar”, diz. A sua produção é comercializada junto aos mercados locais.

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