Gineteadas são o grande destaque de sábado da Expofeira Rio Grande

Público pôde acompanhar apresentações de ginetes. (Foto: Marcos Jatahy)

A 49ª Exposição Agropastoril, Industrial, Comercial e Cultural da Cidade do Rio Grande – Expofeira teve diversas atrações neste sábado ensolarado. O grande destaque do dia foi a competição de Gineteada. Ainda, a Oficina de produtos a base de colostro bovino e o 1º Concurso Municipal de Doce de Leite foram atrações deliciosas. Na linha da produção local, o Pavilhão da Agricultura Familiar da Emater trouxe para Expofeira os principais sabores do sul do RS. Na parte campeira, a credenciadora mista ao Freio de Ouro teve sequência com a prova de Campo.

O sábado (18), marcou o início da tão aguardada Gineteada na 49ª Expofeira do Rio Grande, uma das atividades mais esperadas do evento. No total, 34 ginetes participam da prova, sendo que 15 deles apresentaram-se neste sábado, 18, e o restante participará no domingo (19). A Gineteada, uma das modalidades mais antigas dos esportes montados, desafia os participantes a montar e permanecer sobre cavalos aporreados, ou seja, cavalos que ainda não foram completamente domados.

Nesta prática, a destreza, a coragem e a sintonia entre cavaleiro e cavalo são avaliados. Flávio Domingues, conhecido como Nananã e coordenador da prova, destacou a representatividade regional da competição, com gineteiros vindos de diversas localidades, como Pedro Osório, Pelotas, Arroio Grande, Santa Vitória do Palmar e Rio Grande. Nananã expressou otimismo para a continuação da prova no domingo, enfatizando que as condições climáticas favoráveis e a empolgação dos competidores criam um ambiente propício para uma competição de alto nível. O coordenador compartilhou sua expectativa para o desfecho da competição, ressaltando a qualidade da prova realizada neste sábado. Ao todo, cinco competidores serão consagrados, dividindo o prêmio total de R$3 mil, além de receberem troféus.

Na parte da manhã deste sábado, a credenciadora mista ao Freio de Ouro teve seguimento, envolvendo animais inéditos e aqueles que já participaram de edições anteriores. A etapa, dedicada à Morfologia, foi crucial para o credenciamento Freio de Ouro, atribuindo 40% do peso para a avaliação final.

Na Morfologia, os jurados avaliaram medidas dos animais, silhuetas, enquadramento e outras características, proporcionando uma visão abrangente da qualidade genética da raça crioula. Este momento não apenas destaca a beleza dos cavalos e éguas, mas também revela a funcionalidade e conformidade com os padrões da raça. A segunda metade da manhã foi dedicada às provas funcionais, que compreendem as provas montadas.

As etapas de Andaduras, Figura, Volta Sobre Patas e Esbarradas foram realizadas, envolvendo 19 participantes, incluindo 9 éguas e 10 cavalos. Pedro Farias, Vice-Presidente do Núcleo de Criadores de Cavalos Crioulos do Rio Grande (NCCCRG) e jurado desta etapa, destacou a alta qualidade da competição. “O nível da etapa foi ótimo, os competidores estão bem parelhos, então dá para prever que a disputa será decidida nas últimas etapas”, afirmou Pedro.

No decorrer da tarde de sábado, 18, as provas de Mangueiras e de Campo foram realizadas. A prova das Mangueiras representa o primeiro contato do cavalo com o gado, revelando sua aptidão vaqueira, equilíbrio, impulsão e coragem. Já a Prova de Campo, conhecida como Paleteada 1, é a última e decisiva etapa do primeiro momento do credenciamento Freio de Ouro. Nesse momento, observa-se novamente a aptidão vaqueira, a velocidade, a força e a submissão do cavalo ao cavaleiro. Frederico Vieira, inspetor técnico da Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos (ABCCC), compartilhou suas expectativas elevadas para este credenciamento.

“Aqui nós temos animais finalistas do Freio de Ouro, então as provas estão de alto nível e bastante intensas”, afirmou Vieira. Ele ressaltou também que as fêmeas estão se destacando nas provas, demonstrando a qualidade e versatilidade da criação. No domingo, 19, está programada a segunda etapa de provas, marcando a conclusão desta fase crucial para o credenciamento Freio de Ouro.

Emater

A Emater trouxe para a Expofeira três atividades neste sábado, 18. No Espaço Mulheres no Agro ocorreu uma oficina de produtos a base de colostro bovino. A ideia é mostrar ao público que esse produto, considerado excedente pela indústria do leite, pode ser utilizado como base para diversos produtos. É considerado colostro bovino o leite produzido pela vaca quando a mesma está prestes a parir.

O leite é mais espesso que o normal, por conter maior quantidade de vitaminas e gordura, e serve para manter o terneiro durante os primeiros dias. Dessa forma, por ter um aspecto diferenciado, as pessoas evitam o seu uso. Segundo Andreia Lucas, médica veterinária, a Emater trabalha com o colostro há um bom tempo para fazer produtos, mostrando que é, sim, viável e que seu gosto não se diferencia do leite convencional. “As pessoas deixam de usar o colostro na alimentação, sendo que ele não tem um sabor diferenciado, é o mesmo que o leite. E os produtos que a gente vai fazer hoje tem o mesmo sabor de um produto normal, como pudim, iogurte, requeijão e cream cheese”, explicou.

Na 1ª edição do Concurso Municipal do Doce de Leite, três jurados avaliaram para escolher a melhor produção artesanal de Doce de Leite da cidade do Rio Grande. De acordo com Andreia, extensionista rural e responsável pela organização do concurso, a iniciativa visa fomentar as produções da bacia leiteira do município.

“Sempre tivemos vontade de fazer o concurso do doce de leite, porque a produção dele é tradicional na bacia leiteira do Rio Grande e isso nos motiva a incentivá-los a seguir produzindo”, comenta. As avaliações passaram por critérios sensoriais, onde os jurados avaliaram o sabor, a consistência e o aroma. O título de produtor do melhor doce de leite da cidade do Rio Grande foi conquistado por Aimberê Martinato, que se destacou em todos os critérios avaliativos.

O Pavilhão da Agricultura Familiar contou com 16 agroindústrias da região regularizadas pela Emater expondo seus produtos como morangos in natura, artesanatos indígenas, industrializados e panificados. “Estamos com vários destaques da região aqui conosco, agroindústrias de Pelotas, Canguçu e Morro Redondo”, comenta o engenheiro agrônomo da Emater, Odair Gaiardo. Um dos grandes atrativos do Pavilhão é o Doce de Leite, produzido pela agroindústria João de Barro, de Morro Redondo. A produção artesanal foi eleita como o melhor doce de leite do Rio Grande do Sul em 2023.

Além disso, outro destaque é a “Cachaça do Quinto”, produzida pela Destilaria Alto da Cruz, do 5º Distrito de Canguçu. A cachaça premiada em diversas ocasiões, ganha destaque pelo seu caráter 100% artesanal, desde a produção da matéria-prima até o produto final, como explica o produtor da bebida. “Canguçu produz cachaça há mais de 100 anos, com o passar do tempo as gerações foram trocando e acabou a produção. Há um ano e meio conseguimos retomar, produzindo toda a matéria-prima, desde o plantio da cana, o corte, a moagem e fermentação. Trabalhamos desde o início para termos um produto final de qualidade. Esse é o nosso diferencial”, ressalta o produtor da bebida, Matheus Ribeiro.

Encontro de Patrões

O Pavilhão Cultural do evento foi palco do Encontro de Patrões da 6° Região Tradicionalista, reunindo líderes dos Centros de Tradições Gaúchas (CTG) das cidades do Chuí, Santa Vitória do Palmar, Rio Grande e São José do Norte. O encontro teve como objetivo discutir questões administrativas e abordar as demandas dos CTGs dessas localidades. Roberto Ferreira, coordenador do Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG) e responsável pela 6° Região Tradicionalista, liderou a reunião e destacou a importância dos 30 coordenadores presentes no Estado, que desempenham o papel crucial de entender a realidade do tradicionalismo e atender às demandas dos patrões. “Aqui nós falamos das necessidades dos patrões, legislações que mudaram e, também, sobre eventos que estão por vir”, explicou Roberto.

Cultura

A 49ª Expofeira recebeu na tarde deste sábado, 18, a Mateada da Rádio Nativa. Realizado no Pavilhão Cultural, o evento proporcionou uma tarde de muita música tradicionalista, dança e distribuição de erva mate e água quente para o público presente. O diretor da rádio Nativa, Giovane Manetti, celebra a realização do evento com muito entusiasmo. “A rádio Nativa é uma rádio de música tradicionalista, então esse é o nosso público e nos sentimos em casa, ainda mais dentro do sindicato. É a primeira vez da rádio no evento e começamos com o pé direito”, comemora Giovane. Durante a tarde, a Mateada contou com shows do músico Alexandre Taveira e Gilberto Gomes, além de apresentações de Trova.

Domingo

Neste domingo, 19, a Expofeira entra nos seus últimos momentos. As atividades campeiras iniciam às 9h. No mesmo momento abrem as exposições do Pavilhão da Agricultura Familiar, dos cães da raça Border Collie e Galgos. A Exposição Antigomobilismo e a Mostra Artesanato em Lã Ovina iniciam às 9h30. Às 11h30 ocorre a Cerimônia Oficial da 49ª Expofeira com o Desfile dos Campeões. Já na parta da tarde, às 14h, os cães da Brigada Militar realizam apresentação. Já às 15h, os cães Border Collie realizam uma demonstração com ovinos liderado pelo campeão brasileiro de pastoreio, Anderson Pacheco.

A festa é por conta da Mateada da Rádio Oceano FM, com as atrações Pra Climatizar, Razão Gaúcha e Dudu Castro, a partir das 15h. O desfile de peças em lã ovina ocorre às 15h. A final da Gineteada inicia a partir das 15h30 na Pista de Provas Wilson Mattos Branco. Às 19h, show de Natália Guastuci.

Expofeira

A 49ª Expofeira é uma realização do Sindicato Rural do Rio Grande. O evento tem o patrocínio da Portos RS – Governo do Rio Grande do Sul, Banrisul, Senar-RS, Corsan e Sicredi. O apoio é da Prefeitura do Rio Grande,  Associação de Criadores de Bovinos de Leite do Rio Grande, Parceiros Produções e Eventos, Equitação e Equoterapia Rio Grande, Núcleo Sudeste de Angus, Núcleo de Criadores de Cavalos Crioulos do Rio Grande, Emater/RS e Núcleo de Aves e Coelhos do Rio Grande.

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