Ecosul aposta em baixo impacto ambiental na reconstrução de três pontes da BR-116

A concessionária investirá R$ 40 milhões na reconstrução de três pontes, com um rigoroso plano de aproveitamento de materiais. (Foto: Divulgação)

Em um momento de crescente preocupação com as mudanças climáticas e os impactos ambientais gerados pelas grandes obras de infraestrutura, a Ecosul se destaca com um projeto de reconstrução de pontes na BR-116, no Polo Rodoviário de Pelotas. O trabalho – em execução desde o começo de janeiro deste ano – busca não apenas garantir a segurança das estruturas, mas também visa a adoção de práticas sustentáveis de engenharia e de baixo impacto ambiental. A concessionária investirá R$ 40 milhões na reconstrução de três pontes, com um rigoroso plano de aproveitamento de materiais.

A primeira fase do trabalho foi concluída com sucesso na última semana: a demolição das pontes dos arroios Viúva Tereza (km 470), Corrientes (km 490) e Contagem (km 502). No entanto, o que poderia ser mais um processo de destruição e descarte tornou-se, na verdade, uma oportunidade para a empresa adotar práticas sustentáveis. O rejeito da demolição está sendo cuidadosamente separado para reutilização, com um foco claro na preservação do meio ambiente e na redução de possíveis consequências geradas pela obra.

Segundo o gerente de engenharia da Ecosul, Miquéias Neuenfeld, a concessionária tem um compromisso com preservação ambiental que, no caso das pontes, começa no processo de demolição das estruturas antigas. “Além de fresar o pavimento e retirar todo o asfalto que estava na rodovia, também separamos o concreto e o aço presentes nas pontes para dar um novo destino a esses materiais. O aço é reciclado em centrais de reciclagem, enquanto o concreto é triturado para ser reutilizado nos aterros das novas pontes”, explicou.

O uso do concreto triturado como aterro nas novas obras é uma solução inteligente que evita a exploração de novos materiais, assim como diminui a emissão de gases de efeito estufa. “Além de garantir que o rejeito da demolição seja reutilizado de forma eficaz, isso também reduz os impactos do transporte de grandes volumes de material e os impactos relacionados a ele”, acrescentou o gerente.

Conforme Neuenfeld, a reconstrução das pontes da BR-116 é uma resposta direta às mudanças climáticas que vêm alterando os padrões de precipitação e aumentando a frequência de eventos extremos, como as enchentes devastadoras que afetaram o Rio Grande do Sul em 2023 e 2024. Estudos realizados pela Ecosul indicaram que as estruturas existentes apresentavam insuficiência hidráulica, ou seja, estavam com a capacidade de vazão insuficiente para suportar as cheias, o que colocava em risco a segurança de quem trafegava pela rodovia.

“Essas intervenções são fundamentais para garantir a segurança dos usuários, além de manter a trafegabilidade mesmo em condições climáticas extremas. A substituição das pontes não é apenas uma medida preventiva, mas uma resposta ao que vivenciamos recentemente com as chuvas intensas”, afirmou o engenheiro.

Sem impacto na tarifa

O trabalho de reconstrução das pontes será realizado em cinco etapas. A implantação de desvios para garantir a fluidez do trânsito e a demolição das estruturas antigas já foram realizadas. Agora, começará de fato a construção das pontes com maior capacidade hidráulica, aterro e pavimentação das áreas de acesso. Na sequência, será implantada a sinalização e, por fim, a liberação para o tráfego. A previsão é que as obras sejam concluídas até fevereiro de 2026.

O trabalho da Ecosul foi autorizado pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), que validou a urgência da intervenção, especialmente após os eventos climáticos extremos dos últimos anos. A reconstrução das pontes terá um impacto zero sobre as tarifas de pedágio, pois o custo será absorvido no âmbito do processo de haveres e deveres do contrato de concessão do Polo Rodoviário de Pelotas, que se encerra em 2026.

Enviar comentário

Envie um comentário!
Digite o seu nome