Reunidos em bom número, no centro de Porto Alegre, os bancários da Zona Sul do Estado se somaram aos colegas de todo o Rio Grande do Sul para uma caminhada contra a intransigência nas negociações por parte da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban)
Em mais um dia de luta da categoria, os bancários de Pelotas e Região estiveram muito bem representados, na capital, nesta última quinta-feira (22), participando de uma grande caminhada pelas ruas centrais de Porto Alegre. A manifestação, que teve por objetivo pressionar os bancos a apresentarem uma proposta decente na próxima mesa de negociações, fez parte do Dia Nacional de Luta Contra a Terceirização, que integra o calendário da Campanha Nacional dos Bancários.
Participando do ato, como integrante de uma delegação composta por 10 bancários, entre diretores e delegados sindicais de Pelotas e Região, o diretor Sérgio Seus questionou a intransigência dos bancos e falou que a proposta não contempla as reivindicações da categoria. “Os bancos apresentaram uma proposta que consideramos ridícula, com reajuste abaixo da inflação, de 85% do INPC. Esse tipo de proposta é um deboche com a categoria, porque desvaloriza e rebaixa o trabalho bancário”, argumentou.
De acordo com um levantamento do Dieese, divulgado pela Fetrafi-RS, somente no primeiro semestre do ano, os bancos tiveram um lucro de R$ 60 bilhões de reais. Mesmo assim, agências e postos de atendimento seguem fechando as suas portas e intensificando o processo de terceirização. Em Pelotas, apenas nos últimos dois anos, o Santander já fechou duas agências na cidade, sendo uma localizada no centro da cidade e a outra no bairro Três Vendas.
Além da perda de postos de trabalho e da precarização do serviço bancário, os trabalhadores do setor financeiro têm sofrido, ainda, com a imposição de metas abusivas e o consequente aumento do adoecimento mental da categoria, situação que foi alvo de denúncias durante a manifestação.
Presentes no ato que tomou as ruas da capital, os bancários de Pelotas e Região se somaram a centenas de bancários gaúchos na caminhada que saiu da Praça da Matriz e seguiu até a Praça Montevidéu, em frente à Prefeitura de Porto Alegre. Entoando palavras de ordem e fazendo muito barulho, com acompanhamento de uma charanga e reprodução dos jingles da Campanha Nacional 2024, os bancários reivindicaram, sobretudo, aumento real. As faixas utilizadas no protesto também fizeram alusão à necessidade do fim das terceirizações, das metas abusivas e do assédio nos bancos.
Foi consenso entre os manifestantes a necessidade da Fenaban apresentar uma proposta melhor na reunião que ocorre na próxima terça-feira, dia 27 de agosto, já que esta é a semana decisiva para a renovação do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT).