A valorização do potencial turístico da Costa Doce Gaúcha

Secretário de Cultura e Turismo de Piratini e vice-coordenador da Costa Doce, Fladimir Moura Gonsalves, faz panorama de ações pós-pandemia (Foto: Carina Reis/JTR)

Os setores cultural e turístico enfrentam, atualmente, um dos momentos mais desafiadores da história, devido à pandemia do novo coronavírus.

Para auxiliar os profissionais das áreas, a Câmara dos Deputados e o Senado aprovaram o Projeto de Lei nº 1.075/2020. O objetivo, com a Lei Aldir Blanc, é dispor concessão de benefícios emergenciais durante a pandemia, pois os trabalhadores se encontram impossibilitados de exercerem as atividades, bem como atendendo espaços culturais nos mais variados segmentos artísticos.

Conforme divulgado pelo governo do Estado, deverá ser destinado cerca de R$ 155 milhões ao Rio Grande do Sul, dos quais R$ 70 milhões chegarão por meio da Secretaria da Cultura (Sedac) e R$ 85 milhões através dos municípios.

De acordo com o secretário de Cultura e Turismo de Piratini, Fladimir Moura Gonsalves, além de vice-coordenador da Costa Doce, os 23 municípios da Costa Doce foram contemplados. “Vai servir como uma ajuda, uma sustentabilidade para o setor. Isso vem em um momento oportuno, pois usamos a parte cultural para projetar o turismo, este que se serve muito das atividades culturais”. O estado é um exemplo de união entre as áreas, pelo patrimônio histórico que carrega.

O trabalho que vem sendo realizado pela entidade é visto como projeção para o período, pois as cidades da Zona Sul definiram que não serão realizados eventos públicos, como a Semana Farroupilha – com recursos públicos. “A economia dos municípios já estava fragilizada, e agora com a pandemia se agravou muito”, comenta Gonsalves.

Ainda assim, entendendo que os setores não podem parar, está sendo realizado um trabalho coletivo, denominado Plano de Retomada do Turismo da Costa Doce Gaúcha, junto à coordenadora Cláudia Mara. “Em breve, lançaremos um novo produto, que está em fase de conclusão e vai atender não só a cultura, mas os profissionais que dela sobrevive”, destaca.

Segundo ele, o grupo acredita que os caminhos do Sul do estado irão ser favorecidos, sendo os ambientes com menos público, mais próximos das cidades que atrairão os turistas pós-pandemia. “Estamos trabalhando para que assim que as coisas começarem a tomar um novo ritmo, tenhamos capacidade de fazer um recebimento do turista com qualidade e segurança”, diz.

Também, a região está sendo enquadrada para receber o selo do “Turismo Responsável”, programa do Ministério do Turismo que estabelece boas práticas de higienização para cada segmento do setor. O selo é um incentivo para que os consumidores se sintam seguros ao viajar e frequentar locais que cumpram protocolos específicos para a prevenção de Covid-19, posicionando o Brasil como um destino protegido e responsável.

“Estamos discutindo como será feito o recebimento do turista. É uma tarefa difícil, nova, e estamos fazendo esse estudo junto a Unisinos [Universidade do Vale dos Sinos] e Sebrae, sendo pioneiro na projeção pós-pandemia”, explica.

Gonsalves elenca outra preocupação referente ao setor: a situação dos empreendimentos. “O problema, hoje, é que as empresas estão com dificuldades. Por mais que tenham programas de acesso ao crédito, as empresas estão incapacitadas de acessá-los, por vários problemas enfrentados. Precisamos de uma solução direta, sem burocracia”, argumenta.

Referente a dados, o Produto Interno Bruto (PIB) mundial depende de 11% do turismo, setor que conta com 354 milhões de empregos. “São R$ 8,9 bilhões que gera o turismo, então precisamos que o governo olhe com responsabilidade para esta grande indústria, além de política direta”, afirma.

Ação imediata
De acordo com a coordenadora da Costa Doce Gaúcha, Cláudia Mara, uma ação imediata realizada foi a criação de um Comitê de Gestão da Covid-19 da região, para organizar um plano de ação com as situações emergenciais e do novo rumo.

“O turismo doméstico vai aumentar muito. Além disso, vai prevalecer os produtos que a nossa região tem em abundância, como lugares envolvendo a natureza, espaços de contemplação e bem-estar, qualidade de vida e turismo rural. Estamos trabalhando muito neste momento para planejar e apresentar o potencial da Costa Gaúcha”, ressaltando que são “novos conceitos, novos consumidores e novos produtos”.

Lives
O secretário e vice-coordenador da Costa Doce avalia que a adesão das lives abriu novos caminhos, adaptadas à nova realidade. “Acreditamos que, independente do amanhã, os eventos serão diferentes e que as transmissões de shows vieram para ficar”, destaca, ressaltando que está sendo trabalhado um projeto da Costa Doce envolvendo esta prática.

Porém, há uma preocupação relacionada aos artistas locais e aos profissionais que realizam trabalhos voltados à montagem de palco, iluminação e outros. “Não podemos esquecer que várias famílias estão dependendo de voltar os shows, a Semana Farroupilha, a Semana da Cultura, a Vertente da Canção Nativa de Piratini, a Fenadoce [Feira Nacional do Doce] de Pelotas, a Festa do Mar de Rio Grande e tantas outras”, cita.

Em breve, serão realizados eventos através da Costa Doce.

Aniversário de Piratini
As atividades alusivas ao aniversário de Piratini, que completa 231 anos em 6 de julho, estão em tratativas, de uma forma que a população celebre a história e cultura da cidade. “Nossa história está entre as mais importantes do mundo. Não podemos deixar isso morrer”, enfatiza Gonsalves.

Enviar comentário

Envie um comentário!
Digite o seu nome