Em uma noite iluminada, Inter goleia o São Paulo, no Morumbi, e fica na liderança do Campeonato Brasileiro, a sete rodadas da final.
O Inter começou marcando em cima, para tentar forçar o erro da defesa tricolor. No primeiro minuto, Patrick recuperou pela esquerda, entregou a Yuri Alberto, que girou e bateu. Tiago Volpi defendeu em dois tempos.
Aos quatro, outra chance clara. Em jogada ensaiada de falta, Rodrigo Dourado foi lançado no segundo pau, escorou para o meio e Cuesta, de primeira, concluiu de pé esquerdo, pouco acima do travessão.
A pressão do Inter deu resultado aos seis minutos, em uma de suas principais armas. Após uma falta sobre Yuri Alberto, Moisés fez uma cobrança perfeita, em curva, na marca do pênalti. Cuesta ganhou no alto e, de cabeça, superou Volpi: 1 a 0.
O São Paulo estava atordoado. Tentou sair jogando algumas vezes, viu que o Inter não arrefecia a pressão e não achava espaços. Só foi chutar a gol aos 13, com Tchê Tchê, de fora da área, sem perigo.
O Inter baixou um pouco a linha para mostrar outra de suas forças, o contra-ataque. Patrick recuperou a bola no meio e lançou Yuri Alberto, que partiu para o mano a mano com Bruno Alves. O atacante pedalou e bateu, mas a bola pegou na rede, por fora.
O primeiro chute do São Paulo na direção do gol foi aos 22. Gabriel Sara recebeu com espaço na intermediária e bateu. Lomba pegou, largou e foi buscar.
No minuto seguinte, a resposta colorada foi cirúrgica. Após um lançamento na esquerda, Patrick ganhou o duelo aéreo e escorou para Yuri Alberto. O centroavante ganhou no corpo de Bruno Alves, abriu espaço e deu uma assistência perfeita, por entre as pernas de Léo, para Caio Vidal. O atacante teve tranquilidade e sorte: sua conclusão ainda tocou em Volpi e em Reinaldo antes de entrar: 23 minutos do primeiro tempo, Inter 2 a 0.
Caio teve outra ação como protagonista pouco depois. Para evitar um contra-ataque do São Paulo, sacrificou o Gre-Nal. Cometeu falta, levou cartão amarelo e está suspenso para domingo.
A partida seguia boa para o Inter. O São Paulo não conseguia sair jogando, notava-se até um princípio de desespero. Mas aí a conjunção de fatores que deixam o futebol tão imprevisível favoreceu o time da casa. Um passe errado no ataque seria facilmente afastado por Cuesta, mas a bola pegou em um desnível e subiu, fazendo o zagueiro pegar mal e jogar para escanteio. A cobrança foi no primeiro pau, desviada por Bruno Alves e se apresentou para Luciano, sozinho, escorar para o gol. Aos 36, o São Paulo descontou.
Em busca do contra-ataque, o Inter achou o espaço aos 43. Patrick lançou Yuri Alberto nas costas da defesa. O centroavante entrou, mas demorou um pouco a mais e foi travado por Léo na hora de finalizar.
O primeiro tempo terminou com o Inter lamentando não ter uma vantagem maior. E com o São Paulo aliviado pelo gol que o deixou vivo para a segunda etapa.
Os dois técnicos mexeram no intervalo. No Inter, a troca foi por questões médicas: Caio Vidal sentiu desconforto muscular, Peglow ingressou em seu lugar. No São Paulo, Diniz fez duas substituições: saíram o zagueiro Léo e o meia Gabriel Sara, entraram os meias Vitor Bueno e Igor Gomes, ambos de vocação ofensiva.
Os primeiros minutos foram de um São Paulo mais ligado e vertical. Passou a jogar a bola direto para a área, em busca de alguma cabeçada ou rebote. Em dois deles, Rodinei botou o corpo na frente e impediu a conclusão. O Inter teve uma resposta com Peglow, lançado às costas da zaga, mas Daniel Alves apareceu para desarmar.
O cenário, até os 15 minutos, tinha o Inter administrando o placar e o São Paulo tentando atacar desordenadamente. Foi quando o pior do tricolor paulista deu as caras no Morumbi, e o Colorado estava atento para aproveitar. Tiago Volpi defendeu e quis sair jogando rasteiro, na faixa central. Luciano tocou para Vitor Bueno, que perdeu tempo e Peglow interceptou o passe e a bola sobrou para Yuri Alberto. Com calma, tirou do goleiro e ampliou.
Diniz mexeu no time, colocou Paulinho no lugar de Juanfran e se atirou ao ataque. Imediatamente, porém, o Inter encaixou um contra-ataque perfeito. Edenilson entregou a Peglow, que deu uma assistência na medida, Yuri Alberto invadiu a área, driblou Volpi e bateu com nojo, olhando para o outro lado.
Foi como um cruzado no queixo do São Paulo. Completamente nocauteado, o time de Diniz apenas assistiu a Yuri Alberto completar seu show. Lançado pela esquerda, ele entrou na área, esperou um pouco para ver se algum companheiro aparecia e decidiu: partiu para cima e bateu de esquerda: Inter 5 a 1.
Com a ampla vantagem, Abel pôde preservar os jogadores pendurados. Cuesta e Dourado deram lugar a Johnny e Zé Gabriel. Yuri Alberto, que levou a bola para casa pelos três gols, também descansou.
Atônito, o São Paulo não reagiu. Confiante, o Inter sobrou. Um vareio, uma atuação como a de 2006. Resta ver se o final será igual.