Vamos começar de novo

Manoel Jesus, educador. (Foto: Divulgação)

As queimadas que infestaram o Brasil nos últimos dias são uma questão de saúde pública. Também. Fazem parte de um pro­blema no qual este é um dos elementos, assim como um viés po­lítico, socioeconômico e educacional. Mais de 60% do território brasileiro atingido é motivo de reflexão e perplexidade para todos os brasileiros, indiferente ao seu posicionamento ideológico. Inde­pendentemente dos fatores climáticos que debilitam os sistemas ecológicos da região amazônica e pantaneira, existe a maldade humana atuando.

Voltando à saúde pública, o que se vê são prejuízos por todo o território nacional, especialmente para idosos, crianças e pes­soas debilitadas. De imediato, os problemas com a respiração, mas sabendo que a fumaça e a fuligem estão depositando em nossos corpos elementos que podem causar problemas a médio e longo prazo. Entre as recomendações básicas está o uso do soro para limpeza das narinas, assim como a volta às máscaras descartáveis. Recentemente, se viu pessoas utilizando delas como prevenção.

Foi uma cultura que, infelizmente, não ficou da pandemia: a proteção em casos de pacientes com baixa imunidade e que pre­cisam circular por lugares públicos. Assim como em tempos de inverno, o uso em transporte coletivo. É certo que, se não as tivés­semos abandonado, poderíamos cuidar melhor daqueles que nos são confiados, especialmente as pessoas com mais idade e as me­nores que sofrem sem entender o motivo quando arfam, faltando o ar, com o olhar em quem foi relapso e não as atendeu devidamente.

As queimadas impactam na saúde financeira. Em especial, encarecendo os alimentos, a distribuição de água tratada e da energia elétrica. A parte mais sensível do corpo continua sendo o bolso. E se não nos sensibilizarmos com o sofrimento dos mais po­bres que ainda moram na roça, passamos a pagar mais cedo pelos crimes que se cometeram (e se cometem) contra a natureza e dos quais fomos alertados. Ver a mata, ecossistemas e animais sendo engolidos por chamas não é apenas um espetáculo na televisão.

Vamos começar de novo.… Importar-se e cobrar medidas em to­das as instâncias é o mínimo. Na crise ambiental, autoridades e políticos – em nível nacional, estadual e municipal – devem dar me­nos atenção às vaidades eleitorais e mais às propostas concretas e factíveis capazes de contemplar a realidade dos seus municípios. “Crianças, mulheres e idosos primeiro…” se dizia nos filmes antigos, quando um barco estava afundando. Pois o barco “Brasil” precisa deste alerta para preservar a saúde física e mental da nossa gente!

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