O solar da Baronesa

Verdadeiro elo entre o passado e o presente, o antigo Solar, atual Museu Municipal Parque da Baronesa, reflete a singularidade de uma época, cujos costumes, valores e riquezas estão preservados em seu acervo, documentando a história.

O Solar é uma obra arquitetônica cuja beleza reside na harmoniosa convivência entre os estilos neoclássico e colonial brasileiro. O terreno, com uma pequena casa, foi adquirido por dois contos de reis pelo coronel Aníbal Antunes Maciel, em 10 de junho de 1863, que o doou a seu filho Aníbal por ocasião de seu casamento em agosto de 1864, com a jovem Amélia Harlley de Brito, carioca de nascimento e de descendência inglesa.

A presença humana e respeitável da família Antunes Maciel ganhou notoriedade pela alforria concedida a seus escravos em 1884, muito antes da Lei Áurea, fato que fez Aníbal ser agraciado com o título de Barão de Três Serros, por decreto do Imperador Dom Pedro II.

Com a morte do Barão em 1887, e a posterior transferência da Baronesa para o Rio de Janeiro em 1889, o Solar continuou a ser habitado por uma de suas filhas, Dona Amélia Aníbal Hartley Antunes Maciel, chamada carinhosamente de “Sinhá Amelinha”, que se tornou conhecida da comunidade pelotense por sua grande bondade e espírito filantrópico. A incrível personalidade dessa grande dama tornou conhecida a Chácara dos Barões como “O Solar da Baronesa”, tombado pelo Conselho Municipal do Patrimônio Histórico e Cultural, em 4 de junho de 1985.

A propriedade hoje possui dois jardins, uma gruta em forma de labirinto, onde se encontra gravado o nome de Amélia, um castelinho que era utilizado para a criação de coelhos pela Baronesa, pontes, chafariz e dois lagos.

Uma crendice popular diz que algumas pessoas não passavam na frente da Chácara, pois diziam que o casarão era mal assombrado pelos espíritos dos escravos que ali foram mortos com muito sofrimento.

E assim termina mais uma história da nossa querida Princesa do Sul, na semana em que festeja seus 209 anos. Parabéns, Pelotas!

Gostaram? Pois na próxima coluna escreveremos sobre a criação da Chama Crioula, que marca a fase atual, com a criação dos Centros de Tradições Gaúchas (CTGs).

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