O desembarque da Princesa

José Henrique Pires licenciado em Estudos Sociais pelo ICH-UFPel, especialista em Políticas Públicas pela Universidade de Salamanca, Espanha, jornalista e radialista. (Foto: Divulgação)

O próximo dia 6 de fevereiro assinala exatos 140 anos da chegada da Princesa Isabel em Pelotas.

Do barco Itapuan, desembarcaram a Princesa e seus dois filhos, Dom Pedro e Dom Luiz, num trapiche à beira do São Gonçalo.

Herdeira do trono brasileiro, já tendo ocupado a regência em duas ocasiões anteriores, Isabel permaneceu na cidade quase um mês e seus compromissos oficiais e sociais foram devidamente acompanhados pela grande imprensa nacional, que destacou importantes jornalistas para fazerem a cobertura.

Graças a essa cobertura nacional, sabe-se que a Princesa assistiu coisas impensáveis nos dias atuais, como uma matança de gado numa Charqueada e o subsequente processo de fabricação do charque.

Isabel gostou tanto do atual Museu da Baronesa que passeou no parque e no solar duas vezes.

Churrasqueou no Cerrito Alegre, visitou fábricas de sabonetes, velas e chapéus. Desempenhou altivamente outras tantas atividades, como nas danças no baile, realizado no atual salão nobre da Prefeitura.

Seu marido, o Conde d’Eu, também teve extensa agenda na região, inspecionando instalações do Exército e atuando em ocasiões importantíssimas, como a inauguração da Estrada de Ferro ligando Rio Grande a Bagé, obra de engenharia que serve a região até hoje.

Dizem que há um movimento para publicar um livro comemorativo, baseado na histórica e bastante simples publicação do Instituto Histórico e Geográfico de Pelotas, no ano de 2010.

Tomara que essa ideia tenha êxito. Há muitos aspectos que precisam ser mais estudados.

Simões Lopes Neto, por exemplo, ajudou a organizar a homenagem protagonizada pelo Visconde da Graça, seu avô, que ofereceu grande almoço para toda a comitiva imperial.

Até os detalhes do baile de gala, que ocorreu no atual Salão Nobre, no segundo andar da Prefeitura. Aliás, até a proclamação da República, em 1889, as Câmaras Municipais administravam os municípios, como é em Portugal até hoje.

Não havia prefeito. O presidente da Câmara era o administrador da cidade. Coube a ele, comendador Bernardo José de Souza, avô do futuro prefeito Bernardo, a honra de abrir as danças da noite, justamente com a Princesa Isabel, futura Redentora, que passou intenso mês em Pelotas.

*José Henrique Medeiros Pires é Licenciado em Estudos Sociais pelo ICH UFPel, Especialista em Políticas Públicas pela Universidade de Salamanca, Espanha e jornalista e radialista

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