O calçadão e a sinfonia das lajotas

Sérgio Corrêa, jornalista e radialista.

Caminhar por Pelotas tornou-se um verdadeiro desafio, a começar pelo calçadão das ruas Andrade Neves e Sete de Setembro. Atualmen­te caminhando pelo calçadão em dias de sol, ouve-se uma sinfonia semelhante ao som de uma lira, pois o som da lira é provocado pela batida de uma baqueta no metal. No calçadão, ao pisar em uma lajota frouxa, ela emite um som, ou melhor uma nota, e como são inúmeras lajotas frouxas, este conjunto escreve a partitura de uma sinfonia.

O CALÇADÃO LAVA JATO

Como dito no tópico anterior, em dias de sol caminhar no calçadão é produzir uma sinfonia, contudo, caminhar neste mesmo local em dias de chuva é desafiar onde há a maior quantidade de lava jatos de sapato, tênis ou qualquer outro calçado. Quando você pisa na lajota frouxa, a água acumulada salta através de um jato potente em dire­ção ao seu outro pé que, por sua vez, fica encharcado. Para caminhar no calçadão tem que ser especialista em pular sapata ou amarelinha, enquanto um pé pisa o outro deve estar no ar. O problema é quando tem que pular com os dois pés. Lembram?

O QUE ACONTECEU COM CALÇADÃO?

Será que a degradação do calçadão em tão curto espaço de tempo desde sua revitalização deve-se a utilização de materiais e serviços de baixa qualidade ou ao mau uso daquele espaço que deveria ser exclusivo para pessoas e é utilizado por automóveis e bicicletas?

O QUE É SABIDO QUE ACONTECEU

O contrato de revitalização do calçadão com valor total de R$ 3,972 milhões foi assinado em março de 2017. A empresa vencedora do certame iniciou as obras, porém, parou em dezembro daquele ano depois de ter recebido R$ 1,194 milhão.

A segunda colocada se quisesse assumir a obra teria que concluir recebendo apenas o saldo restante de R$ 2,778 milhões.

Conforme noticiado pelo portal de notícias do Grupo Oceano em 1º de março de 2019, a prefeita fez vistoria nas obras do calçadão, que, por conseguinte, ficou pronto depois desta data.

Fazendo as contas: de 2019 a 2024 são seis anos. Destes, tivemos dois anos de pandemia, isto é, menor fluxo de pessoas circulando no calçadão. Sobraram quatro anos para justificar o atual estado de de­gradação. Baseado nesses números, a cada mandato de um prefeito, o calçadão passará por reformas.

PARADA ASSASSINA

Por professor João Manoel King

O descaso da nossa Prefeitura com os equipamentos da cidade é algo vergonhoso. No dia 23, ao tentar alcançar um ônibus, para identificar a linha, tropecei na haste que supostamente seria de sustentação do vidro lateral, caso existisse ainda no abrigo, isto é, na parada de ôni­bus. Levei um enorme tombo e machuquei os dois joelhos. Não é de hoje que venho reclamando para a secretaria responsável o conserto das paradas, assim como das sinaleiras para pedestres. Apenas para identificar, a parada em que me machuquei fica localizada na rua Marechal Deodoro, próximo à esquina com a rua Doutor Amarante. Espero que o próximo gestor eleito estabeleça como prioridade o atendimento dos serviços básicos da cidade.

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