Ilha da Magia: as lendas por trás do apelido de Floripa

Paulo Souza é colunista do Jornal Tradição Regional e estará autografando as obras nesta sexta-feira (28). (Foto: Divulgação)

Os leitores amigos que me acompanham através da coluna que escrevo no Jornal Tradição Regional ou mesmo pelas minhas redes sociais @paulolrsouza estão acostumados a lerem muitas estórias e lendas gaúchas, mas hoje vou contar lendas e estórias de Florianópolis, a Ilha da Magia.

Assim como várias outras cidades do Brasil, Florianópolis teve em sua história diversas lendas. A maio­ria delas surgiu quando os imigrantes portugueses (açorianos) chegaram na Ilha e viram que seus moradores tinham alguns medos específicos. Para se proteger desses medos, criaram superstições.

Veja, a seguir, algumas delas.

Bruxas de Florianópolis

A lenda das bruxas é uma das mais famosas e mais lembradas pelos moradores de Florianópolis. Se­gundo ela, bruxas costumavam assustar os pescadores, roubar seus barcos e brincar com seus ins­trumentos de trabalho. Temos também a lenda das Bruxas de Itaguaçu, vamos ler:

O Salão de Festas das Bruxas de Itaguaçu

A história de Florianópolis é cercada por mitos e lendas envolvendo bruxas. Não é à toa que a cidade é considerada “Ilha da Magia”. Uma dessas lendas foi narrada pelo folclorista e historiador Franklin Cascaes e acontece num lugar muito bonito e tranquilo na Praia do Itaguaçu, localizada junto ao bairro Itaguaçu, na região continental da cidade. O local é famoso por conter dezenas de pedras es­palhadas pelo mar que parece estar flutuando, formando um cenário único.

Diz a lenda que as bruxas da região queriam fazer uma linda festa aos moldes da alta sociedade.

O local para o encontro festeiro seria a praia do Itaguaçu, o mais belo cenário da Terra. Todos se­riam convidados, os lobisomens, os vampiros e as mulas-sem-cabeça. Os mitos indígenas também compareceram, entre eles estavam os curupiras, os caiporas, os boitatás e muitos outros. Em assem­bleia, as bruxas decidiram não convidar o diabo pela razão do seu imenso fedor de enxofre e pelas suas atitudes antissociais, pois ele exige que todas as bruxas lhe beijem o rabo como forma de fir­mar seu poder debochadamente absoluto.

A orgia se desenrolava, quando surge de surpresa o diabo que, entre raios e trovões, raivosamente irritado pela atitude marginalizante das bruxas, castiga todos transformando-os em pedras gran­des, que até hoje flutuam nas águas do mar verde e azul da praia de Itaguaçu.

Daí o nome do lugar na língua dos indígenas: O nome é de origem tupi-guarani e significa ita (pedra) e guaçu (grande)

O amor proibido de Peri e Conceição

De acordo com essa lenda, um indígena chamado Peri e uma bruxa chamada Conceição se apai­xonaram e viveram um amor proibido. As famílias queriam separar o casal, mas eles continuaram se encontrando em segredo.

Um dia, as bruxas descobriram e aplicaram um castigo: transformaram Peri e Conceição em duas grandes lagoas, bem longe uma da outra, para que nunca mais pudessem se encontrar. Conceição ficou tão triste que chorou por muito tempo, fazendo as suas águas ficarem salgadas. Peri, para declarar seu amor pela amada, mesmo de longe, deixou sua borda com o formato de um coração.

Gostaram? Não é só o nosso Rio Grande do Sul que tem belas estórias e histórias, como as que eu conto no meu livro Estórias e Histórias do Rio Grande do Sul.

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