Homenagem aos antigos pescadores de caniço no arroio do Passo, quando os poços ainda tinham vida e o banho e pesca eram sadios. Hoje é só areia e lixo.
Toninho, Nanato, Capota, Renatinho do Biriva, Daili, Jorge, Miúda e outro do mesmo naipe. Esses eram alguns deles que vez ou outra surrupiavam traíras nos açudes da volta e, na chegada, se iam à fritura sempre com alguma água suspeita, mas buenacha.
Meu chão sagrado virou lembrança.
Pescaria roubada
Lambari do passo da Vila
Linha de boia na sacola
E lá vou eu a passo largo pro açude Narola.
A ronda era macanuda
E nós firme atrás dos tocos
Na canseira do véio me botava que nem louco.
Era larga a linha n’água e dar uma provocada
Que bocuda vinha por cima
Metendo muita bocada.
Não gosto de jundiá e barbudo e mora em toca
Bom mesmo é uma traíra passadita na mandioca.
Pescador véio cancheiro
Quase nunca erra a fisgada
Ainda mais se for à noite
Numa daquelas roubadas.
Autores: Jotacê e Marcelo
Vitamina x táxi
Amigo nosso de longa data estava aboletado num boteco na Vila Nova com as ideias devidamente engarrafadas e com as pernas viradas num oito. O Zé se achegou como pode e vendo a situação mal parada, convidou de mansito: “O meu, vamo tomá um táxi e se ir às casas?”.
A resposta saiu mastigada: “Se tu que tomá mais, eu não vou misturá”.
Deu um soluço cá e saiu aos tropicões e gritando: “Sou galo cinza e não me arreio”.