Gostar da própria companhia

Otávio Avendano é Psicanalista, hipnoterapeuta e neurocientista do comportamento humano. (Foto: Arquivo Pessoal)

Como humanos, somos todos seres sociais. É um fato que estar na presença de outras pessoas e compartilhar momentos com quem amamos nos dá prazer, traz satisfação. Mas, muitas vezes, a ideia de socialização se sobrepõe ao estar sozinho. Diferentemente da solidão, o conceito de solitude surge para quebrar a ideia de que devemos estar sempre em companhia.

Desde crianças somos ensinados sobre a importância de estar junto à família e de criar laços de amizade. Valorizar a companhia e conviver com outras pessoas é essencial para que seja possível criar o senso de coletividade, para receber estímulos sociais, para aprender a dividir. No entanto, o recolhimento também precisa ser compreendido como algo positivo.

Entre a solitude e o isolamento nocivo existe uma tênue linha. E, assim, estar sozinho deve ser um momento aproveitado, do qual é possível tirar lições importantes, em qualquer fase da vida.

A solitude é não ter medo do silêncio, do estar sozinho. A solitude é gostar de estar com você mesmo. De acordo com o conceito utilizado pelo filósofo Paul Tillich, é neste momento que a mente se tranquiliza e uma pessoa consegue entrar em contato com sua essência.
Ao encontrar a beleza no silêncio, os pensamentos se organizam e os sentimentos se tornam, aos poucos, mais simples de compreender. É dessa maneira, enxergando a capacidade de ficar sozinho de forma positiva, que se desenvolve uma sustentação emocional para viver em diversos ambientes.

Relacionamentos, de qualquer natureza, devem ser construídos com base no afeto, não na dependência. Buscar alguém para preencher um vazio criado por suas inseguranças e incertezas não é a resposta para uma vida completa. Esse vazio, geralmente conhecido como solidão, causa a sensação de que algo externo pode suprir suas necessidades.

A solidão, no entanto, pode ser necessária inicialmente para a tomada de consciência e compreensão de que somos seres únicos e devemos valorizar essa característica, enaltecendo nossas individualidades. A solitude, por sua vez, nos ensina a preencher o vazio com o que descobrimos em nós mesmos.

A terapia auxilia o indivíduo na tomada de consciência do self e na reprogramação de crenças limitantes, pois todos merecemos ser amados de forma digna e completa.

*Otávio Avendano é Psicanalista, hipnoterapeuta e neurocientista do comportamento humano.

Telefone/WhatsApp: (53) 99162.7411
Instagram: @otavioavendano

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