Ser professor(a) é uma missão, uma escolha, um caminho que pessoas especiais decidem seguir. Sobretudo, porque no caminho da vida, docente e discente existem um em razão do outro. O professor, desde o início de sua jornada, estende suas mãos e, ao pegar as mãos dos alunos, seguem unidos na caminhada do conhecimento.
Com os professores alfabetizadores, aprendemos as primeiras letras, os primeiros sons dos fonemas. Do Ensino Fundamental ao pós-doutorado, subimos a escadaria do conhecimento, onde em cada degrau estamos acompanhados pelos professores. Não há como chegar no degrau mais alto sem passar por todos os outros.
Para um país crescer e se desenvolver, reduzindo as desigualdades, a valorização do professor é imprescindível. No Brasil, a política, a religião e as redes sociais tomaram de assalto parte da população que deixou de pensar por si, terceirizando sua opinião com as opiniões de políticos, de influenciadores digitais, assim como de religiosos.
Religião é fé!
Fé é uma conexão interna e individual de cada pessoa com a sua religião e com Deus. O professor é um ator científico, trabalha com a ciência testada, aprovada e comprovada, sendo exata ou não, é ciência!
Ciência e fé podem caminhar lado a lado, contudo, cada uma no seu espaço. A ciência pode contar com a fé para a recuperação do ânimo, do desejo de cura de um enfermo.
A fé é um sentimento que não exige comprovação, basta você ter e crer. A ciência para se constituir como ciência requer comprovação científica, seja de uma teoria, do resultado de um estudo ou de uma pesquisa, e para isso existe método.
No Brasil, enquanto alguns estudam muitos anos para acumular o conhecimento necessário, que possa garantir autonomia financeira e notoriedade profissional, outros totalmente desconhecidos participam do Big Brother por alguns meses e se transformam em estrelas com contratos milionários e com milhões de seguidores nas redes sociais que lhes rendem milhões de reais. Estes ganham fama e riqueza de forma fácil e rápida.
O professor é o único profissional que deseja ser superado pelo seu aluno(a), almeja que o seu aluno seja melhor do que ele, este é o exemplo de humildade, de simplicidade de entrega a profissão.
Houve um tempo em que pai, mãe e, principalmente os professores, eram os maiores influenciadores. Atualmente, a fama, o número de seguidores ou a riqueza conquistada de forma lícita ou ilícita é que determinam o grau de influência de uma pessoa sobre milhares de outras.
Duas perguntas
Atualmente, quem quer ser professor? Quem quer ser famoso ou famosa, ganhar muito dinheiro como influenciador digital? Provavelmente, a segunda pergunta teria um número muito maior de respostas.
A mesma população que segue, assiste e compartilha na rede social a vida luxuosa dos influenciadores, dos políticos, dos jogadores de futebol, vive e enfrenta a triste realidade da falta de médicos nas UBSs, das filas no Pronto Socorro, da falta de transporte coletivo e muitas outras dificuldades.
Nas redes sociais, a ausência do professor na vida das pessoas se materializa na escrita de forma errada, na falta de pontuação, de concordância e muito mais. O professor é aquele profissional capaz de transformar realidades, contudo, esta transformação demanda tempo, dedicação e estudo.
Estamos assistindo a uma avalanche de pessoas falando ou escrevendo sobre qualquer assunto, baseadas em informações das redes sociais ou em notícias falsas propagadas intencionalmente por grupos políticos. E quem perde com tudo isso?
Perde a verdade, o conhecimento, a ciência, os professores e todos que se dedicam ao conhecimento, pois qualquer publicação sem fonte, sem autor que contempla o pensamento recorrente de um grupo pode questionar tudo, até mesmo a verdade de que a terra é redonda, tornou-se muito fácil colocar até a ciência sob suspeita.
Parabéns aos professores que, além dos problemas enfrentados na sala de aula, na escola e na vida cotidiana, enfrentam a desvalorização profissional, financeira e a concorrência das redes sociais.