Dedicamos a coluna aos professores: 15 de outubro – Dia do Professor

Sérgio Corrêa, jornalista e radialista.

Ser professor(a) é uma missão, uma escolha, um caminho que pessoas especiais decidem seguir. Sobretudo, porque no cami­nho da vida, docente e discente existem um em razão do outro. O professor, desde o início de sua jornada, estende suas mãos e, ao pegar as mãos dos alunos, seguem unidos na caminhada do conhecimento.

Com os professores alfabetizadores, aprendemos as primeiras le­tras, os primeiros sons dos fonemas. Do Ensino Fundamental ao pós-doutorado, subimos a escadaria do conhecimento, onde em cada degrau estamos acompanhados pelos professores. Não há como chegar no degrau mais alto sem passar por todos os outros.

Para um país crescer e se desenvolver, reduzindo as desigualdades, a valorização do professor é imprescindível. No Brasil, a política, a religião e as redes sociais tomaram de assalto parte da popula­ção que deixou de pensar por si, terceirizando sua opinião com as opiniões de políticos, de influenciadores digitais, assim como de religiosos.

Religião é fé!

Fé é uma conexão interna e individual de cada pessoa com a sua religião e com Deus. O professor é um ator científico, trabalha com a ciência testada, aprovada e comprovada, sendo exata ou não, é ciência!

Ciência e fé podem caminhar lado a lado, contudo, cada uma no seu espaço. A ciência pode contar com a fé para a recuperação do ânimo, do desejo de cura de um enfermo.

A fé é um sentimento que não exige comprovação, basta você ter e crer. A ciência para se constituir como ciência requer comprova­ção científica, seja de uma teoria, do resultado de um estudo ou de uma pesquisa, e para isso existe método.

No Brasil, enquanto alguns estudam muitos anos para acumular o conhecimento necessário, que possa garantir autonomia finan­ceira e notoriedade profissional, outros totalmente desconhecidos participam do Big Brother por alguns meses e se transformam em estrelas com contratos milionários e com milhões de seguidores nas redes sociais que lhes rendem milhões de reais. Estes ganham fama e riqueza de forma fácil e rápida.

O professor é o único profissional que deseja ser superado pelo seu aluno(a), almeja que o seu aluno seja melhor do que ele, este é o exemplo de humildade, de simplicidade de entrega a profissão.

Houve um tempo em que pai, mãe e, principalmente os profes­sores, eram os maiores influenciadores. Atualmente, a fama, o número de seguidores ou a riqueza conquistada de forma lícita ou ilícita é que determinam o grau de influência de uma pessoa sobre milhares de outras.

Duas perguntas

Atualmente, quem quer ser professor? Quem quer ser famoso ou famosa, ganhar muito dinheiro como influenciador digital? Prova­velmente, a segunda pergunta teria um número muito maior de respostas.

A mesma população que segue, assiste e compartilha na rede so­cial a vida luxuosa dos influenciadores, dos políticos, dos jogado­res de futebol, vive e enfrenta a triste realidade da falta de médi­cos nas UBSs, das filas no Pronto Socorro, da falta de transporte coletivo e muitas outras dificuldades.

Nas redes sociais, a ausência do professor na vida das pessoas se materializa na escrita de forma errada, na falta de pontuação, de concordância e muito mais. O professor é aquele profissional capaz de transformar realidades, contudo, esta transformação de­manda tempo, dedicação e estudo.

Estamos assistindo a uma avalanche de pessoas falando ou es­crevendo sobre qualquer assunto, baseadas em informações das redes sociais ou em notícias falsas propagadas intencionalmente por grupos políticos. E quem perde com tudo isso?

Perde a verdade, o conhecimento, a ciência, os professores e todos que se dedicam ao conhecimento, pois qualquer publicação sem fonte, sem autor que contempla o pensamento recorrente de um grupo pode questionar tudo, até mesmo a verdade de que a terra é redonda, tornou-se muito fácil colocar até a ciência sob suspeita.

Parabéns aos professores que, além dos problemas enfrentados na sala de aula, na escola e na vida cotidiana, enfrentam a desvalori­zação profissional, financeira e a concorrência das redes sociais.

Enviar comentário

Envie um comentário!
Digite o seu nome