Com estrutura limitada, Prefeitura de Piratini não consegue atender demanda por água no interior

Com reservatórios secos, Ernesto Roza aguardou três semanas pela água (Foto: Nael Rosa/JTR)

Depois de um mês de março completamente seco, em Piratini, abril começou com uma chuva de 37 milímetros, dando esperança que o outono seja chuvoso e possa amenizar o sofrimento de quem vive no campo por conta da estiagem que iniciou em novembro de 2019, sendo a causa da perda de praticamente todas as culturas plantadas no verão.

Quem reside na zona rural torce para que o caminhão que leva água comprada da Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan) pela Prefeitura chegue, e assim possa ter o líquido para consumo humano e dos animais.

Quanto à distribuição, o secretário de Urbanismo e Serviços Públicos, Cláudio Peres, disse que com a estrutura que o município possui, é difícil atender tamanha demanda. “O motorista sai diariamente nas primeiras horas da manhã e volta às 22h. São até 60 mil litros e quatro viagens todo dia, principalmente para o 2º e 5º distritos, e mesmo assim é impossível dar conta de todos que precisam nessas localidades”, explicou.

Fora do eixo de grande necessidade, a reportagem esteve na residência de Ernesto Roza, de 68 anos e morador do Tarumã, 1º Distrito, um dia antes do caminhão chegar com a água. “Ficamos três semanas praticamente sem nada. Eu buscava de balde do açude que fica bem longe de casa e que já está secando. A cacimba que fica mais próximo já secou”, conta o aposentado.

Segundo o secretário, a dificuldade para levar água até as localidades, como a citada, se dá porque muitas residências ficam em corredores, acessos extremamente complicados. “Em muitos locais é difícil entrar, tanto para o caminhão quanto para a caçamba que transporta um tanque de seis mil litros. É realmente complexo o acesso. Asseguro que estamos fazendo o possível, mas admitimos que muitas vezes demora ou não é suficiente”, disse Peres.

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