Em meio às adversidades, primeira Capital Farroupilha completa 231 anos de história

Prefeito Vitor Ivan Rodrigues fala sobre gestão municipal (Foto: Arquivo/JTR)

A primeira Capital Farroupilha, Piratini, completa no dia 6 de julho 231 anos de fundação. Por ter sido sede da Revolução Farroupilha, o município preserva em suas ruas a herança histórica e cultural, além de prédios e monumentos que mantém a lembrança desse tempo.
“Piratini tem uma grande história que pode ser contada, registrada pela valorosa atuação dos farrapos. Este ano, gostaríamos de comemorar o aniversário com ações, mas não poderá ocorrer devido às restrições [Covid-19 e período eleitoral]”, afirma o prefeito Vitor Ivan Rodrigues, o Vitão (PDT).

Para não passar em branco a data, a Prefeitura promove a Semana da Cultura Virtual com transmissões ao vivo para a comunidade até o domingo (5). Tradicionalmente, a programação é realizada com atividades culturais, palestras, shows e eventos que marcam os anos que o município vem construindo sua história.

Além disso, como o ano de 2020 é considerado atípico por causa do vírus e da estiagem que assolou a região por meses, o Executivo Municipal realizou diversas ações para auxiliar a população.

De acordo com o prefeito, para o enfrentamento à Covid-19, foram decretadas medidas de prevenção. Ainda, quando houve a reabertura do comércio, ele enfatizou que essa era uma situação de possibilidade junto ao cuidado com a saúde, sendo a flexibilização uma forma de voltar a aquecer a economia local. “Nunca houve sequer uma colocação com conflito entre saúde e economia. Provamos que é possível as áreas convergirem, com compromisso e cumprimento de decretos”, afirma.

Porém, o chefe do Executivo reforça a importância de redobrar os cuidados na prevenção, pois o município contabilizou casos confirmados e, recentemente, houve um óbito devido à doença. “A conscientização, o sentimento de pertencimento a essa luta deve existir”, comenta.

Em relação à estruturação do sistema de saúde, o Hospital Nossa Senhora da Conceição está preparado para receber pacientes para estabilização e se houver o agravamento, será transferido para uma Unidade de Tratamento Intensiva (UTI), sendo as referências os municípios de Pelotas e Rio Grande. “Nosso hospital está muito bem estruturado e temos tido parceria para prover o que é necessário para atender os pacientes”, explica o prefeito, enfatizando que a Secretaria de Saúde também está muito bem estruturada para atender no que for necessário.

De modo geral, Rodrigues avalia que os municípios estão trabalhando para que não haja acentuamento da curva de contágio na Zona Sul, com colaboração intensa dos prefeitos. “Estamos sempre atentos, dialogando e tendo estratégias em comum para que haja harmonia nas ações”, destaca, complementando: “Temos o comprometimento com a comunidade e também com as cidades vizinhas”.

Já sobre a estiagem, que atingiu toda a região nos últimos seis meses, Piratini decretou situação de emergência em consequência da seca no mês de janeiro. A zona rural teve perdas em suas produções agrícolas, tanto na pecuária quanto na agricultura.

Na produção de milho para silagem, com 2 mil hectares de área plantada, houve perda de 90%. Já a soja, com área plantada de 40 mil hectares, a perda foi de 80%. O feijão foi plantado em uma área de 45 hectares e devido à falta de chuva, teve perda em 50%. O tabaco teve área de produção de 124 hectares, com perda em 10%. A produção leiteira teve perda em 45% e na pecuária, 40%.

Conforme a chefe do escritório municipal da Emater/RS-Ascar, Marina Sinott, a cidade chegou a ter 600 famílias atendidas para abastecimento de água por um caminhão-pipa, sendo que este número nunca foi tão elevado.

De acordo com o prefeito, após a homologação do governo do Estado, foram realizadas ações para atender as necessidades da população afetada pela estiagem, com distribuição de cestas básicas, contratação de horas-máquina para abertura de cacimbas com objetivo de oportunizar água para consumo humano, bem como abertura de bebedouros para os animais. “Cada dia que passava, agravava a situação e a demanda crescia. O município, sozinho, não teria condição de atender na forma que necessitava nossa população”, diz, enfatizando que houve demora no auxílio dos governos estadual e federal.

Após seis meses, a Defesa Civil federal liberou um recurso de R$ 393 mil, sendo que R$ 345 mil foram destinados à distribuição de cestas básicas e R$ 48 mil para compra de combustível para o caminhão-pipa levar água até as famílias.

“O município, com seus recursos próprios, atendeu uma grande demanda, o que não foi suficiente, mas usamos todas as forças e estruturas possíveis para atender a comunidade”, finaliza Rodrigues.

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