Sítio Primavera em Pelotas é exemplo de empreendedorismo no segmento de flores

Local possui 26 hectares e tem à frente Sílvia e Mário Franco Neto. Foto: Luciara Schneid

Trabalhar com flores, além de uma tarefa prazerosa, pode se tornar uma atividade lucrativa. A demanda por flores na região é grande e são poucos os produtores que precisam, ainda, disputar o mercado com os produtos vindos dos grandes centros, como São Paulo e Rio de Janeiro.

De acordo com o extensionista da Emater Regional, engenheiro agrônomo Evair Ehlerth, a instituição atende, atualmente, 23 produtores de flores: sete em Pelotas, dois em Piratini, nove em Rio Grande e cinco em São Lourenço do Sul. A produção se divide entre flores de corte, vasos e suculentas.

Em Pelotas, inicialmente, o que era apenas um hobby para a produtora Solange Franco, pelo menos, há cinco anos, se transformou em atividade comercial a partir da visão empreendedora dos filhos Sílvia e Mário Franco Neto. “A mãe é muito dedicada e sempre buscou se preparar para as atividades que se propôs e, por isso, realizou diversos cursos de produção de chás, temperos, entre outros”, afirma Sílvia.

Dedicada à produção de caixaria (mudas para jardim), chás, temperos, plantas aromáticas e ornamentais, na propriedade podem ser encontradas, pelo menos, 80 variedades de plantas. Hoje, o Sítio Primavera, localizado no Passo da Micaela, no interior de Pelotas, mostra que é possível empreender inclusive nos momentos de crise. Prova disso, é que em mais de seis meses de pandemia de coronavírus, os pedidos não pararam e, muitas vezes, a equipe composta pela mãe, os dois filhos e outros quatro funcionários precisa se desdobrar para dar conta do trabalho.

Dedicada à produção de caixaria (mudas para jardim), chás, temperos, plantas aromáticas
e ornamentais, a propriedade conta com cerca de 80 variedades. Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

Conforme Sílvia, a produção abastece floriculturas locais e os pedidos são aceitos até segunda-feira. As entregas ocorrem normalmente às terças e quintas-feiras. Quando a demanda extrapola a capacidade e dependendo da quantidade disponível, algumas vezes é estendida para as quartas e sextas-feiras. As entregas são atribuição dela, que há três anos pediu o reforço do irmão, formado em Administração, para realizar o gerenciamento do negócio.
A propriedade, de 26 hectares, adquirida entre 1995 e 1996, para a criação de javalis, se tornou ociosa com o fim da produção em 2010. Por se tratar de uma carne exótica e com muitas exigências sanitárias, a Javafranco – como se chamava a marca da carne produzida na propriedade – perdeu fôlego e teve suas atividades encerradas. Além disso, os empreendedores lamentam a dificuldade de aprovação de recursos para custeio a atividades incomuns. “O primeiro projeto de custeio para flores realizado com a parceria da Emater foi feito por nós e até hoje não obtivemos uma resposta da instituição financeira”, conta Sílvia.

Além disso, a propriedade produz o seu substrato e húmus, que além de consumo próprio, abastece alguns clientes com o excedente. “Tudo é legalizado e temos certificação para destinação de resíduos industriais Classe II A, como cascas de arroz e lodo industrial, bem como frutas, restos de hortas, etc. Recebemos de acordo com a nossa capacidade de destinação”, garante, e apenas resíduos orgânicos não-perigosos, como estercos de animais e restos de culturas agrícolas.

As plantas mais sensíveis, tais como as de jardim, chás e ervas, são cultivadas em estufas e as ornamentais (plantas maiores) ao ar livre em uma área próxima da fonte de irrigação. “Todo o projeto de irrigação por queda livre também foi realizado com a assistência técnica da Emater, através do programa Mais Água, Mais Renda. A propriedade é pioneira neste tipo de irrigação na região”, explica Sílvia.

Esta diversidade de plantas é cercada por uma natureza ímpar, com muitas árvores nativas e frutíferas, apiário e abastecida por um farto curso d’água, o que completa a paisagem bucólica do Sítio Primavera.

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