Número de desabrigados e desalojados pelas chuvas cresce em Pelotas e Rio Grande

Colônia Z3 vem sofrendo com aumento no nível da Lagoa dos Patos. (Foto: Rodrigo Chagas/Prefeitura Municipal de Pelotas)

Mais uma semana se passou e o número de vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul segue preocupando. Na região, Pelotas e Rio Grande registram aumento no número de pessoas que precisaram deixar as suas casas após alagamentos.

Em Rio Grande, 85 moradores foram desalojados, enquanto 22 pessoas estão desabrigadas, sendo acolhidas em abrigos públicos.

Na quinta-feira (21), a Defesa Civil municipal realizou uma ação na Ilha de Torotama para retirar 15 pessoas da área afetada. Os moradores foram encaminhados para o Abrigo do Povo Novo e para casas de parentes. Conforme a equipe que participou da missão, diversas ruas já apresentavam níveis significativos de alagamentos, dificultando a ação. A dificuldade de convencer as pessoas a saírem de suas casas também é um fator apontado pela Defesa Civil.

Já Pelotas vem lidando com complicações na Colônia Z3, local que vem sofrendo com o aumento no nível da Lagoa dos Patos. Segundo a Prefeitura, 76 pessoas de 17 famílias da comunidade do Cedrinho, na Colônia Z3, foram retiradas de suas moradias e estão alojadas em abrigo montado pela Prefeitura no salão paroquial João Paulo II. A estrada de acesso ao Pontal da Barra permanece interditada e, na zona rural, 18 pontes e 12 estradas estão obstruídas em razão das precipitações.

De acordo com a Defesa Civil, ainda não há levantamento de quantas pessoas estão desalojadas no município, porém estima-se que o número é superior ao de desabrigados.

Contrariando a expectativa de quem aguarda a estabilidade do tempo para voltar para casa, mesmo com a chegada da primavera que começa neste sábado (23), a chuva predominará nos próximos sete dias sobre o território gaúcho. Um relatório elaborado pela Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), em parceria com a Associação Riograndense de Empreendimentos de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater/RS), a Associação Sulina de Crédito e Assistência Rural (Ascar) e o Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) apontou que o total de chuva previsto para a maioria das regiões deve alternar entre 15 e 30 milímetros. No entanto, na Fronteira Oeste, Campanha, Zona Sul e Serra do Sudeste, os volumes esperados deverão variar entre 35 e 50 mm.

Segundo o Serviço Autônomo de Saneamento de Pelotas (Sanep), o acumulado registrado na semana pelo pluviômetro da barragem Santa Bárbara marcou 103 milímetros. Nas últimas 24 horas, o Departamento de Drenagem do Sanep registrou 15 milímetros de chuva. Porém, a precipitação acumulada em setembro chega a 410 milímetros, muito acima dos 123 considerados normais para o mês. Com isso, o nível do canal São Gonçalo chegou a 2,20 metros na quinta-feira (21).

Estado

Após o fenômeno que atingiu o Vale do Taquari, 11 municípios decretaram situação de calamidade pública, requerendo uma série de medidas especiais para auxiliar aqueles que perderam o que tinham. Na mesma região, até a quinta-feira (21) o estado havia contabilizado 713 pessoas que precisaram ficar alojadas em abrigos públicos.

Balanço publicado às 12h desta sexta-feira (22) indicou 49 mortes e nove desaparecidos. A Defesa Civil aponta que 3.130 pessoas resgatadas, 106 municípios afetados, 5.177 desabrigados registrados. No total são 713 desabrigados no momento 713, 22.203 desalojados, 392.917 afetados e 943 feridos.

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