Capitão do Tetra, Dunga realiza palestra em Pelotas

Dunga apresentou um histórico de sua carreira como jogador de futebol. (Foto: Daniel Batista/JTR)

Com o auditório da Unidade Altos do Laranjal da Escola Santa Mônica, o capitão do tetracampeonato mundial de futebol em 1994, Dunga, promoveu uma palestra na noite de sexta-feira (22) em Pelotas. O evento também arrecadou alimentos não perecíveis, que serão distribuídos a população em vulnerabilidade.

Após a execução do Hino Nacional Brasileiro e do Rio Grande do Sul, pela Banda do 4º Batalhão de Polícia Militar (4ºBPM) o ex-jogador apontou as motivações e estratégias utilizadas alongou de sua carreira. Ele relembrou o início, a passagem pela seleção, nos anos 90, e a chamada era Dunga, que ficou conhecida pela eliminação na Copa do Mundo de 1990. “Se chovia, era culpa do Dunga”, citou o também ex-técnico, em relação às críticas que sofreu, sendo apontado como principal alvo.

Com o auxílio de imagens e histórias da época, contou como superou as adversidades e conseguiu levantar a taça do tetracampeonato mundial, nos Estados Unidos, em 1994. “Todo mundo fala que o jogo mais difícil foi contra a Holanda. Não, o jogo mais difícil foi contra o Estados Unidos, no Dia da Independência, com um a menos”, relembra.

Lembrando da decisão nos pênaltis contra a Itália, apontou a indicação e o incentivo do então técnico Carlos Alberto Parreira. Dunga era o capitão e lembra que foi apontado como a liderança do grupo, mas destacou que o trabalho em grupo é essencial.”O líder não gera resultado, as pessoas geram resultado”, disse. Mais do que o título, ele aponta que a trajetória é o mais importante ” O ser humano, o profissional que nós nos tornamos nesta caminhada”.

Sobre o momento da decisão, ele citou o nervosismo, mas disse que estava confiante, devido ao treino e preparação realizados desde o último mundial. “Eu fui crucificado em 90, agora posso fazer um gol de pênalti e entrar para a história do Brasil, qual o medo que eu teria? Me preparei para aquele momento, era tudo o que eu queria”, afirmou, destacando a importância da preparação na realização de atividades pessoais e profissionais.

Antes da palestra, banda do 4º Batalhão da Polícia Militar executou o Hino Nacional Brasileiro e do Rio Grande do Sul. (Foto: Daniel Batista/JTR)

Sempre fazendo um paralelo entre a carreira e os aprendizados para a vida, também contou sobre as passagens na Alemanha, Itália e Japão, citando a necessidade de se adaptar às situações. “Eu fui um alemão na Alemanha, um italiano na Itália e um japonês no Japão”, disse, exemplificando com a necessidade de adaptação de um funcionário em uma nova empresa.

Abordou brevemente a ida para a Copa de 98 e relembrou a época do convite para dirigir a seleção, em 2006. Lembrou que não era treinador, indicando para os jogadores, na primeira reunião, que juntos iam construir a história, mas que seria bom em tomar decisões. Após a eliminação na Copa de 2010, na África do Sul, Dunga passou pelo Internacional em 2013 e novamente pela Seleção entre 2014 e 2016. No momento, afirmou receber convites para assumir clubes, mas não aceita por tratarem-se da necessidade de renovação, com a obrigação de fazer mudanças e possíveis dispensas. “Então demite quem você está falando e depois me chama”, afirmou o treinador.

Tratando sobre o projeto Seleção do Bem 8, ligado ao Instituto Dunga, afirmou que o projeto já distribuiu mais de 600 toneladas de alimentos desde o início da pandemia, em 2020. As ações também se estendem a outras áreas, como a pintura de escolas, a partir de uma parceria com uma indústria de tintas.

Nesse sentido, apontou que até a chegada da pandemia, todos trabalhavam sem reconhecer os próprios méritos e que a crise sanitária serviu para reflexão do potencial de cada um. Mas que a correria do dia a dia não nos deixa prestar atenção em quem está ao lado. Além disso, destacou que mesmo os pequenos gestos podem contribuir para melhorar o dia de alguém e que o trabalho deve ser feito sem julgamentos, indo a campo falar com as pessoas que estão em vulnerabilidade para, de fato, conhecer a realidade e as necessidades. “A Seleção do Bem é uma forma de eu retribuir à sociedade o que eles fizeram por mim”, destacou.

Parceiros para a realização da palestra receberam homenagens.. (Foto: Daniel Batista/JTR)

Um dos organizadores da palestra em Pelotas, Maico Zuge anunciou que há a intenção de criar, com o apoio de empresários e parceiros, uma Seleção do Bem em Pelotas.

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