Cooperativa de Pelotas começa a produzir sabão com óleo saturado

Óleo sustentável é transformado em sabão (Foto: Gustavo Vara/Prefeitura de Pelotas)

Em breve, o material recolhido através do projeto Óleo Sustentável começa a retornar às escolas municipais e também às casas dos pelotenses em forma de sabão. Já está em pleno funcionamento a Usina de Processamento de Óleo Saturado, com a produção de sabão em barra e em pasta e também de detergente líquido. A unidade, operacionalizada através de convênio entre o Serviço Autônomo de Saneamento de Pelotas (Sanep) e Cooperativa Nova Esperança, está localizada na rua Siqueira Campos, 170, no bairro Simões Lopes, que funciona também como ponto de coleta.

O superintendente da autarquia, Alexandre Garcia, conta que já foram coletados de setembro para cá, 2,5 mil litros de resíduos em 13 pontos de coleta distribuídos pela cidade. O primeiro, localizado no Mercado Municipal, foi inaugurado no final do mês de setembro e a intenção é chegar a 100 pontos nos próximos meses. “Os benefícios deste trabalho, seja ao meio ambiente, na geração de emprego e renda, educação ambiental e redução das despesas públicas ao longo do tempo são incalculáveis”, destacou.

A inauguração oficial da usina, que está em funcionamento desde o dia 18, ocorreu na última quinta-feira (21). No local trabalham 12 associados à cooperativa, que tirarão da venda de 50% de toda a produção, o sustento de suas famílias. Os outros 50% serão destinados às 80 escolas da rede municipal, que também funcionarão como pontos de coleta. A capacidade da usina é de reciclar mil litros de óleo por dia e de uma produção também diária de duas toneladas de sabão.

O projeto 100% desenvolvido pela equipe do Sanep, sob a coordenação do engenheiro responsável pelo Departamento de Resíduos Sólidos, Edson Plá Monterosso, destacou entre todas as preocupações, o aspecto social, agregando trabalho e renda às pessoas que estavam em situação de vulnerabilidade. “Dentre todos os benefícios, como o econômico e ao meio ambiente, o aspecto social, sem dúvida, é o diferencial”, disse.

A instalação dos equipamentos e treinamento da equipe ficou sob a responsabilidade do representante da empresa Fenoquímica, Adair Fernandes. Segundo ele, um litro de óleo contamina um milhão de litros de água, além de entupir esgotos, impermeabilizar o solo, inibir a fotossíntesse das plantas, entre outros. “O Brasil é o maior reciclador de óleo do Mundo, com um bilhão de litros e além do sabão, é possível transformar o resíduo numa gama enorme de produtos, entre eles, a massa de vidraceiro”, citou como exemplo.

A representante da cooperativa, Marisa Costa, disse se tratar de uma grande conquista às 12 famílias vinculadas à cooperativa, que apostaram todas as suas esperanças neste projeto. A cooperativa funciona de segunda a sexta-feira, das 8h ao meio-dia e das 13h30 às 17h30. Aos sábados, atende no turno da manhã. No local, além de descartar o óleo, a comunidade também pode adquirir os produtos.

A prefeita Paula Mascarenhas (PSDB) enalteceu o trabalho da equipe do Sanep e destacou a sustentabilidade econômica da autarquia, que soube investir os recursos captados através da taxa do lixo em benefício da população. “Da mesma forma a taxa de iluminação pública virá em benefício da população, com a implantação de LED em toda a cidade, começando pelos bairros”, garantiu a prefeita.

Óleo
O descarte do óleo é simples e rápido. Nos pontos de coleta é oferecida estrutura com bombona e funil. O material deve ser levado até o local em uma garrafa reutilizável, para despejo do óleo dentro da bombona. Não haverá ponto de coleta das garrafas, apenas do óleo, por isso é importante utilizar sempre a mesma garrafa. A logística de coleta e transporte do material até a cooperativa é de responsabilidade do Sanep.

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