Pelotas ganha história em quadrinhos de ficção científica inspirada em dito popular

A obra “Primeiro Londres, Depois Pelotas” foi lançada no evento Mucha Arte, no restaurante Madre Mia, onde as ilustrações da HQ ficarão expostas até abril. (Foto: Divulgação)

Pelotas virou cenário da história em quadrinhos (HQ) de ficção científica “Primeiro Londres, Depois Pelotas”. A publicação foi lançada em dezembro do ano passado, com financiamento do Pró-cultura Pelotas. O tema da obra é tão fundamental para a identidade da cidade quanto os doces produzidos na região: a umidade da Princesa do Sul que não passa despercebida por moradores e visitantes.

A ideia surgiu da crença popular de que a cidade é a segunda mais úmida do mundo, atrás apenas de Londres. Na trama, a Terra se prepara para ser engolida por um buraco negro e as cidades mais úmidas, as primeiras vítimas, são tomadas pelo mofo. Após o desaparecimento da capital da Inglaterra, Pelotas deve ser a próxima a sucumbir.

É nesse contexto apocalíptico que os protagonistas Daniel e Bruna vivem as incertezas de um romance recente, mesclando melancolia e emoção enquanto se encontram pela última vez antes do “fim do mundo”.

O enredo utiliza elementos de fantasia e ficção científica para falar de temas essencialmente reais e humanos: a necessidade de conexão e a dificuldade de expressar os sentimentos. A base da história foi desenvolvida ainda durante a pandemia da Covid-19.

A HQ é fruto do trabalho coletivo de uma equipe formada pelos artistas André Berzagui (roteirista), Vitor Wiedergrün (ilustrador), Manu Schiavon (diretora de arte), Ananda Valle (diagramadora) e Lauren Mattiazzi Dilli (produtora). A obra foi lançada no dia 9 de dezembro, durante o evento Mucha Arte, no restaurante Madre Mia, onde as ilustrações da HQ ficarão expostas até abril.

O projeto, que também contou com uma campanha de financiamento coletivo bem-sucedida no site Catarse, arrecadou 260% acima da meta inicial, viabilizando a impressão de exemplares físicos. Em um mês, foram arrecadados cerca de R$ 4,6 mil – mais que o dobro do objetivo inicial. O diferencial da iniciativa é a venda direta em eventos, proporcionando aos fãs de quadrinhos a oportunidade de interação com os criadores da obra.

No Natal, a história foi disponibilizada no site FlipTru e a produção pode ser acessada de forma gratuita.

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