Na última sexta-feira (24), teve inicio a formação de profissionais de Morro Redondo para atendimento educacional especializado, através de parceria da Prefeitura Municipal com a Universidade Federal de Pelotas (UFPEL). A ação ocorreu no Centro Cultural de Eventos Valdino Krause.
Pelo município participaram integrantes do Conselho Tutelar, enfermeiros, técnicos de enfermagem, agentes comunitários de saúde, grupo do Programa Primeira Infância Melhor (PIM), Centro de Referência em Assistência Social (CRAS) e equipe, professores e equipes diretivas das escolas da rede municipal de ensino, Colégio Estadual Nosso Senhor do Bonfim, profissionais da Secretaria de Educação, da escola particular Sonho Mágico e da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) de Morro Redondo.
Simone Beilfuss professora de Atendimento Educacional Especializado (AEE) apontou que o município está dando um passo muito importante na questão de educação especial no que tange o auxílio às crianças e jovens com alguma deficiência, “Agradeço o apoio do prefeito, vice-prefeita, secretário de Educação por acolherem as demandas de nós professores e dos pais, sempre em busca de melhor organização da nossa educação especial”, disse.
A professora citou que a rede municipal de ensino possui 34 alunos com deficiência, sendo 19 com transtorno do espectro autista (TEA). Segundo ela, no Colégio Estadual Nosso Senhor do Bomfim, há 11 alunos com deficiência, sendo cinco com autismo e o restante com outras. Simone ainda observou que há um crescimento nesses casos e aponta a demanda no município, que oferta atendimento através da sala de recursos e por meio de profissionais que foram recentemente contratados pela Prefeitura, como uma psicóloga e uma assistente social. No entanto, disse que há uma lista de espera, com 17 pessoas para atendimento terapeuta ocupacional (ATO), 19 para fonoaudióloga e 30 para psicóloga. “Com a boa avaliação, vai se conseguir avaliar e fazer o diagnóstico”, frisou.
Em seguida, a coordenadora do Núcleo de Estudo e Pesquisas da UFPel e professora em cognição, Rita Cossio disse estar honrada por começar esta formação em Morro Redondo, destacando que cada lugar e escola tem a sua realidade. “Queremos colaborar na construção da inclusão aqui, onde iremos envolver universidade, gestão pública, escolas, professores, famílias, de forma coletiva onde digo, a inclusão é possível e viável, exige de todos muita formação, discussão, recursos que precisam ser disponibilizados, conhecimentos de atendimento especializado”, disse. Rita citou que a nível nacional, só 38% das escolas oferecem sala de recursos, e destes somente 8% dos profissionais são habilitados, classificando como uma situação muito grave, que precisa avançar. Rita agradeceu o apoio do prefeito e da vice-prefeita nesta parceria.
O secretário de Educação, Cultura e Desporto Anderson Guths (Teko), destacou que com essa formação pode haver uma troca de informações e ideias, com a possibilidade de novos aprendizados. “A inclusão tem muitas barreiras, dificuldades na prática na nossa sala de aula, por isso, o conhecimento será sempre fundamental. Cada escola, cada aluno tem a sua necessidade. Hoje o município já faz investimentos, mas que precisa de mais recursos a nível estadual e federal”, aponta.
A secretária de Saúde e Assistência Social, Silvia Wahast Islabão, reforçou a importância da unidade entre setores do poder público e a parceria com a UFPel “que, sem dúvida, irá preparar os profissionais que acolhem esta inclusão, proporcionando ao deficiente e suas famílias o ambiente necessário para o seu desenvolvimento social, na saúde e na educação”.
O prefeito Rui Brizolara (União) agradeceu a Universidade que, segundo ele, contribui no que tange ao conhecimento de como lidar com a inclusão e como agir. “Não seria somente uma vez por mês, mas todos os dias para melhorar a qualidade de vida das crianças e das famílias. Temos feito investimentos para dar suporte através de contratação de profissionais, o que requer também recursos de outras esferas governamentais, pois temos a preocupação a cada dia tem aumentado o número de crianças com atendimentos especiais”, relatou.
A vice-prefeita Angelica Boettge dos Santos (PSDB) disse que já vinha buscando esse programa de formação junto à UFPel, e que a ação a realização de um sonho. “Essa união vai colaborar para trabalhar por estes alunos e famílias, onde teremos apoio dos profissionais da saúde, educação e assistência social com a formação de uma forte rede. Devido ao aumento de casos no município, a angustia de pais que estavam buscando ajuda de forma judicial, esse trabalho vai dar um resultado no nosso futuro, pois esses especiais são nossos cidadãos e temos que cuidar eles em todas as faixas etárias”, afirmou. Angelica também agradeceu a Universiddade.
Estiveram presentes, ainda, a neuro psicopedagoga Maria da Graça Gonçalves da Cunha Neves e o psicólogo Antonio Olvedo Rodrigues.